quinta-feira, abril 03, 2008

Diletantismo e Reducionismo

Tenho uma confissão, queridas/os não-leitores: tenho uma paixão pelo diletantismo. Uma paixão pela paixão: amadora ou não, um interesse pela ampliação do interesse, pela complexidade quantitativa e qualitativa.

As pessoas hoje parecem ter repulsa à explosão de territorialidades polimorfas. Não queridos, vocês devem ser especialistas, depois de 30 anos de trabalhos com uma abordagem, com uma linha reconhecida dentro de uma ciência estabelecida, ai você tem um bom curriculum vitae para mostrar a todos, para conseguir mais um emprego. Não queira trabalhar em diversas áreas, não queira misturar teorias, não queira ser artista.... Não queira ficar numa corda bamba.

Tudo bem definido: ou A ou B. Arroz ou Camarão. E eu, e todo o conjunto de estranhos seres, que fazem toda uma bagunça intelectual - e também sentimental - arrastando, numa liberdade pitoresca, todo armazem de cimento do conhecimento, transformando-o num caos de possibilidades, territorilizando-se in situ, cada vez com uma cara diferente? Monstros, artistas, gozos, arquétipos, política, música, loucura.

A esses, o gosto amargo de um não-reconhecimento, de um distanciamento. O que importa deixa de ser criar, alterar, transmutar... o que vale é a monotonia de um cerceamento... monocausalidade, linearidade, previsibilidade, solaridade, masculinidade (mesmo nas mulheres)....

E os sonhos foram deixados de lado... Onde está, onde está, onde está aquela estranheza estrelar a deriva por entre luas e tortas?

3 comentários:

Anônimo disse...

Ficou pra trás... Melancólico, não?

Fernando Beserra disse...

Sim, mas não deixa de ser...

Talvez dê pra abrir outra imagem, tipo, procurando em novos arquivos da internet arquetípica ou algo do genero... Mas fiz o que pude..

Confesso que não imaginava que alguem ainda abrisse esse blog, depois de tanto tempo... =P

Mr. Durden Poulain disse...

Também sofro deste mal(amém!).

mas que se foda! É bom pra caralho! De Clarice Lispector a Korczak. De mpb a power violence. De Bakunin a Cortázar. De Reich a Foucault.

De suco de limão a batata frita.