quarta-feira, agosto 31, 2005

Tote

Em um momento de lembrança
Me vem passagens rúbreas na memória
também cinzentas e as de glória
no surgimento da esperança

grita a escada que a mim dança
e pede-me que de alento eu suba nela
Oh querida, bela donzela
Não a deixaria só, nesta novela

A minha história é de subidas e descidas
de feridas e magoas perdidas,
que por entre negros tuneis cerebrais
guardo em profundos lobos temporais

Puxo e sugo estas memórias perdidas,
Dou a mão a Satanás
Em lúgubres recantos infernais
Deixo de açoitar lembraças primordiais

E se me envergonho de meus erros do passado,
Sei que melhor seria valora-los diferente
Para uni-los nesta sinergia intermitente
que produz aqui dessa energia, um sol, de um dado

que luta para viver
mas que não sabe amanhecer
sem ser um novo ser

domingo, agosto 28, 2005

Sagitário e o Amor

- texto devidamente usurpado do livro de minha mãe astrologa : O livro dos Signos de Maria Eugênia de Castro -

Sagitário e o Amor:

O amor de Áries e do Sagitário tem algumas semelhanças, sendo oportuno lembrar que são dois signos de fogo, igualmente impetuosos e arrebatados quando amam. Os dois são inclinados ao amor a primeira vista. A paixão acontece como o raio de Júpiter, direto e intenso, porém algumas características marcantes evidenciam as diferenças entre eles. O Sagitário se apaixona com bastante facilidade, aliás, dá a impressão de que está sempre pronto a inciar um tórrido caso de amor; entre de corpo e alma, sem muitas elucubrações quanto às consequências ou ao futuro, se houver. É um signo que não se faz de rogado, não dificulta os primeiros contatos nem complica os ritos de aproximação. Quando quer e sente alguma receptividade no outro, vai em frente com o maior entusiasmo, soltando foguetes. Por sua natureza ativa e yang, prefere estar no papel de caçador e não costuma se adaptar à neutralidade do conquistado.

Mas, quanto à continuidade... o arqueiro não é o mais fácil. Mostra grande relutância em aceitar os vínculos de um compromisso muito sério, detesta as cobrança, as cenas de ciúmes e possesividade, bem como os regulamentos mais corriqueiros que passam a ser habituais em qualquer relacionamento. Para esse indivíduo de alma livre e coração aventureiro, os vínculos equivalem a pesadas correntes, e as regras sociais de manutenção muitas vezes afastam-no das alegrias de uma união estável, apesar de ele gostar muito de companhia e de ter horror a solidão.

A frase "até que a morte os separe" apavora 0 arqueiro parcialmente. Ele é capaz de viver um bom casamento, se o parceiro souber ser uma pessoa muito especial. Isto é, amarrar um Sagitário numa união requer muita arte e algumas estratégias. É fundamental que este(a) parceiro(a) seja uma pessoa mentalmente dinâmica, com uma capacidade de mutação constante e uma variedade infinita de interesses a partilhar.

O alimento principal de um espírito sagitariano é a troca. E ele precisa estar constantemente conversando, interagindo, "filosofando sobre a vida", enfim, literalmente trocando idéias e crescendo junto com seu(ua) parceiro(a).

O Sagitário necessita de alguém interessante. A beleza física e o sex-appeal nunca serão atributos desprezíveis, porém o equipamento mental (Mercuriano) do(a) companheiro(a) precisa ser de alta qualidade, porque é um ponto muito mais valorizado do que se pensa. Se um Sagitário tivesse que escolher entre um(a) companheiro(a) de grande beleza física ou mentalmente superdotado(a), iria preferir a segunda opção. Para ele, é muito mais divertido e instigante o intercâmbio mente/mente do que apenas a apreciação estática de atributos puramente físicos.

Para "prender" um Sagitário, só existe uma "corrente segura" - alguém dotado de uma mente jovem, portanto curiosa, versátil e, se possível, inteligente. O Sagitário gosta de alguem que esteja sempre disposto a aprender, a questionar e a motivá-lo a exercer sua vocação inata de professor.

O Sagitário, em resumo, é um tipo fácil de viver e conviver porque gosta de gente, comunica-se bem, é alegre, estudioso, religioso, simpático, extrovertido, bem-humorado, namorador, grande amante, excelente pai, gosta de arriscar em jogos, apostas e inúmeras outras brincadeiras, esportivo, ama as crianças, os animais e os desprotegidos, mas tem uma imensa necessidade de sentir-se livre, permitindo-se estar sempre em atividades e movimento.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Sobre existência e conhecimento.

Inter-rompo-me por um momento, com meu eu e meu não eu que sou. Preciso pensar o que diz meu desejo, minha Vontade, meu inconsciente coletivo, minha vaidade, meu ego, meu self. Preciso pensar e deixar de seguir... o que seja, não importa, se tiver que ser doloroso será, se tiver que me destruir, destruirá, o que não posso é permanecer entre filósofos e cientistas, como eu não fosse um artista e nos papeis da vida só copiar e copiar... não sou maquina de xerox, nem apenas um artista de colagens, quero pintar e re-pintar, quero desenhar e apagar... construir novas coisas e destruir, influir, refluir, estar em fluxo.

Não existe momento mais oportuno para isso que o caos, a ordem complexa que foge a linearidade e é justamente esta fuga do causal e do mecânico que posso influir de maneira alógica e parafusar coisas estranhas, doces estranhezas, que me propiciem uma vida acessa e com muitas mutações. Não quero ser sempre o mesmo, "nem ser o que já sempre fui", não me importa o que diz a teoria de Jung, Heidgeer, Deleuze, Freud ou Japiassu. Foda-se, não me importa, talvez este seja meu texto mais inteligente ou o mais inconseqüente, mas isto também é só um modo de compreensão que neste momento sustento com o vento e com os sonhos adolescentes de um momento singular.

Agora vamos lá: o que penso hoje e agora, alguns pontos e algumas horas, de catarse epistemológica impensada:

A - É impossível alcançar o real, apenas é possível captar fenômenos, partindo da idéia de que, nossos sentidos não são capazes de captar primeiramente todos os estímulos que se encontram no ambiente, e este ambiente é também apenas uma organização organismica própria, isto da margem à diversos "tuneis-realidade" que não são falsos ou reais, apenas diferentes entre si. Socialmente isto leva a diminuir bruscamente as considerações sobre delirios, loucuras, paranoias. Enquanto realidade consensual, deveríamos ter portanto uma maior abertura a diversidade (o que não significa abertura absoluta, pois um "tunel-realidade" serial-killer por exemplo, apesar de não ser falso ou real, é uma existência que causaria um enorme prejuízo afetivo-psiquico nos fenômenos 'existentes').

B - O presente é relativo, pode-se prever o futuro ou modificar o passado... podemos dar algumas explicações mas apresento aqui apenas uma descrição do fato dentro de realidade especificas.

C - Não existe causalidade linear absoluta, portanto pequenos fatos a longa distancia que nada causaram num momento especifico podem se intrometer espontaneamente num fato a posteriori. Nem toda causa gera efeito e nem todo efeito é gerado por uma causa, existe livre-arbítrio relativo, ou seja, não absoluto, algo é condicionado e algo não. Alguns efeitos provêm do Nada, outros, do Caos. Caos e nada se diferem, sendo caos a ordem complexa que tudo possui e o Nada onde nada existe.

D - Existem várias maneiras de existir no mundo e nenhuma é certa ou errada, mas algumas são dotadas de maior força, o enfrentamento é um imperativo a evolução. O conceito de evolução é relativo e cada pessoa pode criar o seu, mesmo que não tenha coerência alguma e todo conceito tem uma intenção, mesmo que inconsciente. Dentro de minha perspectiva observo que a coerência é importante para levar-nos a algum ponto que desejamos, então todo conceito e teoria mais interessante seria se dotada de intencionalidade consciente(teoria-objetivo). A evolução em minha visão seria portanto feita a partir de mutações (sejam conscientes ou inconscientes) que levam a uma maior complexidade.

E – Não existem objetos, tudo é vivo, nada é simplesmente um receptáculo de um sujeito, tudo se modifica, todos chamados objetos tem um sentido e evoluem, quase tudo se modifica e se relaciona, os ‘objetos’ nos dominam e nos dominamos os ‘objetos’ ou ambos se relacionam, é a diferença fundamental entre ‘seguir ou guiar a natureza’ ou simplesmente se relacionar.

domingo, agosto 21, 2005

Luz e Sombra

Parte I : O sonho e a gravidade;

Hoje, não sei ao certo em que dia estou, pensamentos vagos da realidade são o que me sobraram, ora ou outra quando acordo lembro do que exatamente me ocorreu, o dia é nublado e turvo. Meu momento é todo sonho, é todo linear, me impressiono as vezes com a falta de coerencia que é o que muito chamam de causalidade.

Neste estranho e bizarro mundo em que alucino, todo são dominados em teias, esperando a aranha chegar para come-los, é como um pesadelo, aqui não existe o poder da possibilidade, é como um planalto de complexos reificados, maquinas que seguem estranhas leis que eles (ou eu mesmo) chamam de física. A singualaridade é só um fetiche ilusório nesse mundo.

Não entendo! Me perco, as vezes penso que preciso de ajuda para sair desse imperativo sombrio, deste lado infernal, grito e peço suplicio mas minha própria policia me espanca a qualquer tentativa de fuga; meus complexos me ridicularizam e aos poucos fogem de mim, meu medo é cada vez maior, a cada segundo que pareço chegar mais perto, e mais perto, da realidade.

O limiar é o desespero, a angustia pura e talvez o meu enterro, mas planejo aos poucos, ismiussadamente, uma estratégia estridente para metamorfosear este universo em real.

- Preciso pensar, preciso pensar!

Me sufocam os pensamentos compulsivos e o momento, estou solitário, preciso de alguem, de alguma companhia mas no fundo sei que todas as companhias que me restam não passam da policia que eu mesmo criei contra mim.

- Isso tudo faz razão! Calma! Preciso me convencer.

Enquanto saio da lógica do poder do sonho, cada vez mais enlouqueço mais para os demais e, é só quando acordo, e quase nunca recordo (quando volto a dormir) que alguma verdade me aparece, se desvela e berra comigo; provável que eu ja tenha assustado muito as luas que falam, os sols que divagam e o coelho que joga lampião constantemente. Contudo sei, que estas são minhas únicas lembranças manifestas do que resta deste mundo real.

Meu plano é simples e complexo ao mesmo tempo, um paradoxo realista. Observei durante anos uma pequena possibilidade de fuga, provém de uma bactéria do sonho que pode trazer paulatinamente uma irrupção de realidade momentanea; todavia é possível que eu não esteja pronto para uma irrupção muito grande de realidade, ja que, neste momento singular meu objetivo consiste em minar a cidade de bombas de chocolate, tocando tamborin de abacate e isto, ora isto, é totalmente irreconciliavel com as leis do sonho.

Encontro-me numa situação emergente, e o umbral que se mostra pode ser minha passagem para vida ou para morte; espero poder transmutar o mundo num doce e desta forma trazer as crianças a luz.

E nesta luz de esperança, crianças e vontade, que, mil estrelas brilharão, na aurora bureal do lapis gigantesco, que tudo escreve, que tudo valida, que à tudo da vida. É este lapis filosophorum, esta desgraça e explosão que tomará o incendio e a maldição de meu próprio ser.

sábado, agosto 20, 2005

Biscoito da Sorte Chinês

Veio o seguinte ; "Não se preocupe com o que se passa do lado de fora de sua porta."

quarta-feira, agosto 17, 2005

Poesia de enantidromia

Oh, doce ascleplio que conjura,
dai-me dor e dai-me a cura
para o que ainda não vivi
Traz-me Baco, teu doce vinho
de prazer e de delirio
e entre esta cosmogonia e a escatologia
abre o olho do que não sorria
quando era amedrontado;
Para paroximos hoje canto
louvo e levo-me ao pranto,
nesta conjuntura de prazer
de deslumbre e de escandio
Não me prendo mais a uma voz cega
seja de Artemis, ou da mãe terra
de Apolo ou de Lucifer,
seja do céu ou seja do inferno
hoje prefiro a miríade energética do processo
gerada na dor da guerra
e unida finalmente a fera,
em um belo conjuctio oppositorum

terça-feira, agosto 16, 2005

oh, céus!

"O conceito de verdade se opondo ao de falsidade que tem data e lugar de surgimento, o poder procura convencer que tem suficiente consistência para determinar o que deve ser considerado real e irreal para a coletividade. Nesse sentido, ele tem a força da magia, forjada pelo ocultamento de sua própria historicidade; assim molda fetiches, ilusões do real, aparências de verdade." (Kuperman)

Um pouco de Física.

"Não colocamos nossa confiança,
Na virgem ou na pomba,
Nosso método é ciência,
Nosso objetivo é religião" Aliester Crowley

ERP e o Teorema de Bell

A demonstração Einstein-Rosen-Podolsky (ERP) indicou que, se a mecânica quântica é verdadeira, algumas particulas estão em contato instantâneo, mesmo que elas se encontrem em extremidades opostas do universo. (Isso só é verdadeiro para partículas que ja tiveram contato físico, mas trata-se de um ponto técnico que não tem importância neste contexto.) O problema dessa demonstração ERP é que:

a - Tal comunicação instantânea através de galáxias não tem uma explicação física e é difícil pensar a respeito do fato;

b - representando o problema principal, tal comunicação instantânea é proibida pela relatividade espacial que não permite efeitos instantâneos, sendo tudo limitado pela velocidade da luz.

O objetivo da ERP era um reductio ad absurdum (redução ao absurdo) da teoria quântica. A ERP é deduzida por matemática rigorosa, a partir da mecânica quântica, e parece ser falsa pelos dois motivos mencionados no paragrafo anterior. Na matemática, se a conclusão é falsa, deduz-se que o antecedente seja falso. Por conseguinte, a mecânica quântica é falsa.

Para Einstein, Rosen e Podolsky, esse era um pensamento feliz, pois os três tinham sérias reservas a respeito do elemento aleatório implícito em todas as equações quânticas - reservas resumidas no famoso pensamento de Einstein "Deus não joga dados".

Que pena, ERP foi promulgada em 1935 e, a partir de então - o maior período de trabalho exprimental na história da Física, além de com mais físicos vivos hoje do que em toda a história-, tudo indica que a mecânica quântica definitivamente não é falsa. Funciona maravilhosamente bem. Por conseguinte, se o antecedente é verdadeiro, a conclusão é verdadeira e, portanto, os efeitos ERP devem existir - mesmo que eles sejam proibidos pela relatividade espacial.

Agora, os físicos não estão particularmente satisfeitos com essa conclusão, pois desejariam preservar tanto a mecânica quântica quanto a relatividade espacial. Algo deve ser feito a respeito do paradoxo ERP - mas o que?

Em 1964, o Teorema de Bell sugeriu três possíveis interpretações do efeito ERP e todas elas controversas. O Teorema de Bell parece sólido como aço (pelo menos em 1977), portanto, pelo menos uma das alternativas deve ser incluida no novo paradigma, quando a Física finalmente apresentará um novo paradigma. Vamos ver quais são as alternativas...

a) a mecânica quântica fracassa.... e/ ou

b) a objetividade fracassa... e/ou

c) a localidade fracassa...

Se a mecânica quântica fracassa, ela fracassará radical e totalmente. A experiência Clauser (Berkley, 1974) demonstra que tentar redefinir as conexões quânticas não contornaria o Teorema de Bell, portanto, a teoria quântica como é conhecida deve ser revolucionada completamente se formos encetar esse caminho. Isso significa que estaremos por presenciar uma maior revisão epistemológica do que aquela relacionada com a própria relatividade e a própria teoria quântica. Provavelmente, estaremos presenciando a maior redefinição da realidade na história da ciência. Esse chocante acontecimento deverá ser a maior revolução da história ciêntifica, pois quase tudo na Física quântica moderna depende da verdade da teoria quântica. Desistir da mecânica quântica equivale à desistência de Deus na religiosidade de uma pessoa. Todas as coisas - e não só algumas coisas - mudarão em nossa mente. Saul-Paul Sirag resume essa alternativa como "um novo jogo de bola".

e/ou

Se a objetividade fracassa, deveremos presenciar uma revolução de pensamento igualmente gigantesca, mas podemos pelo menos sugerir a forma que assumirá. A objetividade, nesse contexto, significa a doutrina de que o universo existe independente das idéias ou da vontade do pesquisador. Dois modelos foram desenvolvidos sem a doutrina de objetividade. O primeiro é o "universo participativo" ou o "universo criado pelo observador", do Prémio Novel Werner Heisenberg e do Dr.John A. Wheelerm, de Princeton. Na versão de Heisenberg, eventos quânticos existem potencialmente antes do dimensionamento humano e na realidade somente depois que tal dimensionamento ocorreu. Heisenberg diz que a "estranheza" é a característica da potentia (do potencial); o tempo, aqui, flui para frente e para trás, e nenhuma lei comum da Física se aplica neste caso. Aquelas leis entram em funcionamento somente depois que a intervenção humana (dimensionalmente) ocorra.

e/ou

O universo criado pelo "observador" de Wheeler, como aquele de Heisenberg, descreve a "realidade" como o resultado da interação humana-quântica, mas acrescenta a possibilidade de que as transmissões ERP possam realizar esse resultado até antes de o dimensionamento ser efetuado. É claro que isso leva diretamente à possibilidade da psicocinese (magia..) e poderia explicar todos os tipos os tipos de eventos estranhos, desde os "milagres" religiosos até a habilidade de Uri Geller na transformação de metais, permitindo a alteração de seu estado físico, mudando a sua forma. Uma pequena extenção dessa hipótese nos permitirá considerar todos os meus 23 como o resultado de interações quânticas entre o meu cérebro e os eventos interceptados desde o meu interesse pelo número 23. Estamos muito perto da "Teia" de Jano Watt e do velho sistema de crença xâmancia que Sir James Frazer denominou de "lei de contágio". Crowley a chamou de "conexão mágica".

e/ou

O segundo modelo não-objetivo é a idéia de mundos paralelos, extensamente usada pelos autores de ficção científica. Uma formulação matemática dessa idéia foi desenvolvida por Wheeler, junto com Everett e Graham. Isso leva ao conceito de que há 10 elevado a 100 universos existindo "simlutaneamente" em diversas dimensões. (10 elevado a 100 é uma estimativa, mas significa dez elevado a centésima potência (um número inimaginável) como um valor mínimo de universos). Cada um desses universos é tão complexo e tão extenso no tempo e no espaço quanto o nosso, e nós existimos em cada um deles, mas de maneiras diferentes.

Em outras palavras, tudo aquilo que pode acontecer, acontece realmente. Assim, apenas Saul-Paul Sirag explica esse modelo : "No universo ao lado, eu ainda sou um físico, mas trabalhando em outra área de pesquisa. Em outrouniverso sou um ator que abandonou a Física sem nunca mais voltar a ela. Em outro universo ainda, morri em um campo de concentração e não existo mais no "presente".

A maioria dos físicos não pode considerar esse modelo seriamente e é comentando que Wheeler, Everett e Graham, que o criaram, também não acreditam nele. Entretanto, é uma interpretação legítima do problema levantado pelo Teorema de Bell.

e/ou

Se a localidade fracassa, encontramo-nos em um predicamento interessante. A localidade tem um significado um tanto quanto técnico na física, mas basicamente podemos pensar nela desta forma: o universo local, para qualquer ser inteligente, é limitado pela velocidade da luz. Isso quer dizer que qualquer sinal recebido viaja a uma velocidade igual ou menor do que a velocidade da luz. Esse universo "local" - tudo que podemos detectar movendo-se dentro da limitação da velocidade da luz -, de acordo com a relatividade Espacial, é o único universo. Um universo não-local seria um universo além da imaginação. Pela relatividade especial, esse universo não-local é metafísico e "insignificante", no sentido de que, mesmo que existisse, seria impossível detectá-lo.

Entretanto, se interpretarmos ERP e o Teorema de Bell para significar que os eventos quânticos, apesar de tudo, estejam em comunicação instantânea, poderemos então entrar em contato com um universo não-local por intermédio da teia de comunicação quântica. Isso não é diferente do que dizer que podemos então estar na Califórnia e no Arizona ao mesmo tempo, ou então na Califórnia e no sistema da dupla estrela de Sírius ao mesmo tempo, ou ainda no passado, no presente e no futuro "simulaneamente".

Uma forma possível de olhar para esse pensamento incompreensível foi desenvolvida pelo Dr.Jack Sarfatti, que presume que as transmissões ERP (mais rápidas que a luz) sejam informações sem transporte. Limitar o nosso ponto de vista a um universo local -na velocidade igual ou menor do que a luz- é um "chauvinismo eletromagnético", propôs Sarfatti. Informação sem transporte é informação sem energia e, no sentido comum, sem "sinais". O princípio da relatividade espacial dessa forma não é desafiado, mas meramente reduzido a uma definição de localidade e aplica-se somente a sinais e sistemas de energia. A informação pura pode tomar a forma de transmissões ERP, não limitada pelos sinais ou pela velocidade da luz.

Essa informação superluminosa (transmissões ERP), argumenta Sarfatti, pode dar suporte às Percepções Extra-Sensoriais (PES) interestelares revindicadas por autores recentes (inclusive eu mesmo), bem como as percepções comuns deste nosso planeta.

e/ou

A informação superluminosa também pode ser, como Sarfatti e Sirag propuseram em outros lugares, responsável pelo fenômeno incrível da sincronicidade; por exemplo, o meu holograma 23 do tempo-espaço. A sincronicidade, como é formulada por Jung e Pauli, simplesmente descreve o que acontece: coincidências se organizam em padrões aleatórios, mas significativos. A transferência da informação superluminosa ao nível quântico poderia explicar como isso acontece. Cada sistema subatômico no universo, ou nos multiversos, ajusta-se instantaneamente numa conformação com o todo, por meio de reação sinergética mais rápida que a luz. Aqui abordamos a "teoria Bootstrap" do Dr.Capra, que faz com que "todas as coisas sejam a causa de tudo", como no I Ching ou no Taoísmo¹.

Como esses modelos alternativos na vanguarda da Física, construímos uma série de explicações parciais dos dados estranhos que apresentei.

¹- Também dito pela lei máxima do Bela-Parrachianismo, segundo Bubleon Harashingá

Robert Anton Wilson, O Gatilho Cosmico, pg. 196-200.

terça-feira, agosto 09, 2005

útero masculino

"A histeria masculina tem a aparência de uma doença grave; os sintomas que produz são quase sempre pertinazes; a doença, em homens, de vez que tem a importância maior de provocar uma interrupção do trabalho, tem também maior importância prática - "

Estou histérico? droga! não posso trabalhar!

quarta-feira, agosto 03, 2005

Compreensões Biblicas e Apocrifas;

É reconhecido há muito tempo, a compreensão da Igreja Católica de que, todo conhecimento sagrado e válido provém da Bíblia, não reconhecendo assim nenhuma possibilidade de mudança (claro que fatos históricos demonstram que não é bem assim). Falamos aqui de mudanças, sobretudo no dogma da igreja ortodoxa (bizantina), romana e também dos protestantes, os quais, apesar de suas mudanças de práticas continua o mesmo.

Temos já como obvio o poderio da igreja e, seus dogmas se constituem obviamente, para a manutenção deste poder e é justamente nesta tentativa espúria de manutenção da hierarquia e da ordem ortodoxa que, os próprios textos bíblicos foram tanto manipulados e como são até hoje interpretados a bel prazer, cometendo desta forma, erros espúrios e grotescos... são os velhos arcontes em ação... as autoridades ctônicas impedindo o ser humano de entrar em contato diretamente com suas forças imateriais e originárias.

O objetivo deste post é, trazer passagens bíblicas, interpolações apócrifas e analíticas de passagens que demonstrem o ineptia ridiculus que é tanto o dogma do santo igreja apostólica romana, quando a opinião orto doxa que quer nos mostrar uma falsa episteme como o já feito pelos senhores "donos da verdade".

Com o envio do paráclito após a crucificação de Cristo, não se pode mais falar que apenas Cristo é um Filho de Deus, mas, cada ser é apartir dai um deus; O paráclito é para o catolicismo, o espírito da verdade, o Espírito Santo, o qual foi dado a humanidade na própria mudança de Javé mediante o processo ocorrido em Jó. Em Salmo 82,6 lemos:

“pois bem, eu vos disse: Sois deuses; sois todos filhos do Altíssimo"

O paráclito é totalmente indesejável para a Igreja, pois leva na verdade o contato com Deus (Self) ao próprio indivíduo e não mais é necessária mediação da Igreja ou dos padres, todo ser passa a ser, apartir dai, sagrado. E esta idéia não é minha a bel prazer, logo após essa passagem de Salmo, lemos "A Escritura não pode ser anulada". Logo, apesar da escritura dever ser continuada pelos próprios indivíduos em contato com Deus não existe meio de negar a deusificação dos homens, esta idéia quebra a própria idéia de autoridade eclesiástica, pois somos todos encarnações do logos.

Segundo Jung : "A ação continua e direta do Espírito Santo sobre os homens convocados à condição de filhos de Deus é, de fato, uma encarnação que se realiza permanentemente. Enquanto filho gerado por Deus, Cristo é o primogênito ao qual se seguirá um grande número de irmãos nascidos depois dele. Mas estes irmãos não são gerados pelo Espírito Santo, nem nascidos de uma virgem. Isto talvez possa prejudicar seu caráter metafísico, mas o seu nascimento puramente humano não constituirá ameaça alguma para a sua expectativa de um lugar de honra na corte celeste, como também não reduzirá sua capacidade operativa no que respeito aos milagres. Sua origem inferior (da classe dos mamíferos) em nada impede que eles se situem numa relação de íntimo parentesco com Deus, enquanto Pai, e com Cristo, enquanto irmão..."

Ora, se cada ser pode operar milagres, ou, segundo alguns, magia, quem irá dizer se o que de fato aconteceu é milagre ou não, magia ou não, vem de deus ou do capeta? Obviamente o poder eclesiástico. Mas porque assim é, se todos temos o espírito santo?

Outro ponto em que eu gostaria de tocar é o pretenso machismo que se apóia em algumas vertentes católicas ou protestantes. Temos aqui que partir do principio que não existe apenas Deus e que, existe também uma Sapientia Dei, uma Deusa feminina ou pneuma coeterno a Deus. A esta que nos refirimos é Sofia a qual podemos encontrar nos Provérbios de Salomão, que data de 600 a 300 a.C, idade próxima ao livro de Jó, segundo alguns. Nos provérbios de Salomão lemos:

“O senhor me criou, como primícia de suas ações, como princípio de suas obras, antes dos tempos mais antigos. Desde a eternidade fui constituída, desde o começo, antes da origem do mundo. Quando ainda não havia os mares eu fui concebida, e ainda não existiam as fontes carregadas de água..................... Quando ele fixava os céus, eu estava lá,............................... quando assentava os fundamentos da terra, eu estava lá, como predileta a seu lado, era toda encantamento dia após dia, brincando todo o sempre na sua presença, brincando sobre o globo de sua terra, achando minhas delícias estar junto aos filhos dos homens”.

Outra fonte citada por Jung em resposta a Jó é Jesus, filho de Sirac (+-200aC) que escreve:

“Saí da boca do Altíssimo e como a névoa cobri a terra. Tive minha morada nas alturas, e meu trono estava sobre uma coluna de nuvens. Sozinha percorri o circulo do céu e passei nas profundezas das águas. Andei sobre as ondas do mar e sobre os fundamentos da terra. Exerci o meu império sobre todos os povos e nações......................... Antes de todos os séculos, desde o princípio ele me criou, e até a eternidade não cessarei de existir. Exerci o ministério diante dele, no santo tabernáculo, e foi assim que tive uma morada firme em Sião. Repousei na cidade que ele ama tanto quanto a mim, e em Jerusalém exerci o meu poder......"

Ai gostaríamos apenas de validar Sofia, mas para o presente objetivo de desmistificar a idéia machista propomos uma integração da própria Assumptio Mariae que foi excluída principalmente pelos protestantes. O dogma da Assumptio Mariae (assunção de Maria, rainha do céu) revela que ela se uniu ao Filho como esposa e à divindade como Sofia, na câmara nupcial do céu. Citamos agora o papa:

“Constitutio Apostólica”Munificentissimus Deus", em Acta Apostolicae Sedis. Commentarium Officiale, 1950, 21: Oportebat Sponsam, quam Pater desponsaverat, in thalamis coelestibus habitare" (convinha que a Esposa que o pai desposara habitasse os tálamos celestes).

Toquemos agora, no ponto essencial da lei e da consciência reflexiva, ou seja, saber o que se faz, talvez esta seja a lei máxima, ter consciência do que fez, do que sente, dos sentimentos que brotam do inconsciente, dos complexos que formamos ao longo da existência. Já dizia Cristo sobre o assunto: "Se sabes o que fazes, és feliz, mas se não sabes, és um maldito e transgressor da lei". Nesta própria frase podemos ver o paradoxo de Cristo, ou ao menos, o paradoxo da visão criada pela igreja do mito de Cristo, mas muito pelo contrário desta raiva ou sentimento de Cristo parecer prejudicial são passagens como esta que demonstram que a ausência do Summum Bonum, tanto em Cristo, como em Deus (ai deveríamos ver toda passagem de Jó e também, todos os fatos empíricos).

Continuando o assunto, agora com João Batista, temos extraída de um manuscrito Cóptico intitulado "Evangelho de Maria", apócrifo, desde 1896 no Museu de Berlim. Depois de haver explicado vários pontos de sua doutrina, ele se despede de seus discípulos:
"... Quando o abençoado havia dito isto, ele os saldou a todos, dizendo: ‘A paz seja convosco. Recebei minha paz para vós mesmos. Cuidai-vos de que nenhum vos desvie com as palavras ‘Olha ali’, ou ‘Olha lá’, pois o Filho do Homem está dentro de vós. Segui-o: aqueles que o buscam o encontrarão. Ide pois, e pregai a Boa Nova do Reino. Eu não vos deixo nenhuma regra, e eu não vos dei nenhuma lei, qual fez o legislador (Moisés) para evitar que vos sentísseis obrigados por ela.’ E quando acabou de dizer isto, ele foi embora." Gnosticism, An Anthology, ed. Robert M. Grant, Collins, London, pp. 65—66, "The Gospel of Mary").

Apenas nos falta aqui, decorrer sobre a pretenção dos conceitos usados pela teologia muitas vezes do summum bonum e do privatio boni. Ora, se Deus é o sumo bem, como se justifica toda passagem de Jó e todas as atrocidades práticadas por Javé? O próprio unilateralismo só pode gerar um elemento em lado oposto de igual intensidade como foi o caso de Cristo e o Anti-Cristo que aparece no apocalypse de João. Se consideramos Deus o sumo bem portanto não pode haver o complexio oppositorum (união dos opostos) do próprio Deus, resultando na falta de moral que vimos em Jó e acima de tudo numa negação do principio de individuação.

Chegariamos a tese do "omne bonum a Deo, omne malum ab homine"¹ o que não parece haver justificação no que cabe tanto ao antigo testamento tanto quanto as tentativas de situar Jesus no novo testamento como redentor dos pecados da humanidade, o filho de Deus que salvaria a humanidade do próprio Deus? Bem, seria mais facil então ele ter nos perdoado... ao invés de sacrificar seu filho (filius sapientae) para tal... se quiserem depois refletimos sobre isto, mas o ponto é que não se pode negar o terror de Deus, melhor será portanto, descrever nas próprias palavras Dele ao falar com Jó:

"Queres tu aniquilar minha justiça, condenar-me, para assegurares o teu direito? Tens um braço semelhante ao de Deus? Tens uma voz trovejante como a dele?" Jó 40,3s

o Ruah Eloim agora esta dentro de vós, sois deuses.... sois deuses...

¹- Todo bem vem de Deus, todo mal deriva do homem