quarta-feira, agosto 24, 2005

Sobre existência e conhecimento.

Inter-rompo-me por um momento, com meu eu e meu não eu que sou. Preciso pensar o que diz meu desejo, minha Vontade, meu inconsciente coletivo, minha vaidade, meu ego, meu self. Preciso pensar e deixar de seguir... o que seja, não importa, se tiver que ser doloroso será, se tiver que me destruir, destruirá, o que não posso é permanecer entre filósofos e cientistas, como eu não fosse um artista e nos papeis da vida só copiar e copiar... não sou maquina de xerox, nem apenas um artista de colagens, quero pintar e re-pintar, quero desenhar e apagar... construir novas coisas e destruir, influir, refluir, estar em fluxo.

Não existe momento mais oportuno para isso que o caos, a ordem complexa que foge a linearidade e é justamente esta fuga do causal e do mecânico que posso influir de maneira alógica e parafusar coisas estranhas, doces estranhezas, que me propiciem uma vida acessa e com muitas mutações. Não quero ser sempre o mesmo, "nem ser o que já sempre fui", não me importa o que diz a teoria de Jung, Heidgeer, Deleuze, Freud ou Japiassu. Foda-se, não me importa, talvez este seja meu texto mais inteligente ou o mais inconseqüente, mas isto também é só um modo de compreensão que neste momento sustento com o vento e com os sonhos adolescentes de um momento singular.

Agora vamos lá: o que penso hoje e agora, alguns pontos e algumas horas, de catarse epistemológica impensada:

A - É impossível alcançar o real, apenas é possível captar fenômenos, partindo da idéia de que, nossos sentidos não são capazes de captar primeiramente todos os estímulos que se encontram no ambiente, e este ambiente é também apenas uma organização organismica própria, isto da margem à diversos "tuneis-realidade" que não são falsos ou reais, apenas diferentes entre si. Socialmente isto leva a diminuir bruscamente as considerações sobre delirios, loucuras, paranoias. Enquanto realidade consensual, deveríamos ter portanto uma maior abertura a diversidade (o que não significa abertura absoluta, pois um "tunel-realidade" serial-killer por exemplo, apesar de não ser falso ou real, é uma existência que causaria um enorme prejuízo afetivo-psiquico nos fenômenos 'existentes').

B - O presente é relativo, pode-se prever o futuro ou modificar o passado... podemos dar algumas explicações mas apresento aqui apenas uma descrição do fato dentro de realidade especificas.

C - Não existe causalidade linear absoluta, portanto pequenos fatos a longa distancia que nada causaram num momento especifico podem se intrometer espontaneamente num fato a posteriori. Nem toda causa gera efeito e nem todo efeito é gerado por uma causa, existe livre-arbítrio relativo, ou seja, não absoluto, algo é condicionado e algo não. Alguns efeitos provêm do Nada, outros, do Caos. Caos e nada se diferem, sendo caos a ordem complexa que tudo possui e o Nada onde nada existe.

D - Existem várias maneiras de existir no mundo e nenhuma é certa ou errada, mas algumas são dotadas de maior força, o enfrentamento é um imperativo a evolução. O conceito de evolução é relativo e cada pessoa pode criar o seu, mesmo que não tenha coerência alguma e todo conceito tem uma intenção, mesmo que inconsciente. Dentro de minha perspectiva observo que a coerência é importante para levar-nos a algum ponto que desejamos, então todo conceito e teoria mais interessante seria se dotada de intencionalidade consciente(teoria-objetivo). A evolução em minha visão seria portanto feita a partir de mutações (sejam conscientes ou inconscientes) que levam a uma maior complexidade.

E – Não existem objetos, tudo é vivo, nada é simplesmente um receptáculo de um sujeito, tudo se modifica, todos chamados objetos tem um sentido e evoluem, quase tudo se modifica e se relaciona, os ‘objetos’ nos dominam e nos dominamos os ‘objetos’ ou ambos se relacionam, é a diferença fundamental entre ‘seguir ou guiar a natureza’ ou simplesmente se relacionar.

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