Parte I : O sonho e a gravidade;
Hoje, não sei ao certo em que dia estou, pensamentos vagos da realidade são o que me sobraram, ora ou outra quando acordo lembro do que exatamente me ocorreu, o dia é nublado e turvo. Meu momento é todo sonho, é todo linear, me impressiono as vezes com a falta de coerencia que é o que muito chamam de causalidade.
Neste estranho e bizarro mundo em que alucino, todo são dominados em teias, esperando a aranha chegar para come-los, é como um pesadelo, aqui não existe o poder da possibilidade, é como um planalto de complexos reificados, maquinas que seguem estranhas leis que eles (ou eu mesmo) chamam de física. A singualaridade é só um fetiche ilusório nesse mundo.
Não entendo! Me perco, as vezes penso que preciso de ajuda para sair desse imperativo sombrio, deste lado infernal, grito e peço suplicio mas minha própria policia me espanca a qualquer tentativa de fuga; meus complexos me ridicularizam e aos poucos fogem de mim, meu medo é cada vez maior, a cada segundo que pareço chegar mais perto, e mais perto, da realidade.
O limiar é o desespero, a angustia pura e talvez o meu enterro, mas planejo aos poucos, ismiussadamente, uma estratégia estridente para metamorfosear este universo em real.
- Preciso pensar, preciso pensar!
Me sufocam os pensamentos compulsivos e o momento, estou solitário, preciso de alguem, de alguma companhia mas no fundo sei que todas as companhias que me restam não passam da policia que eu mesmo criei contra mim.
- Isso tudo faz razão! Calma! Preciso me convencer.
Enquanto saio da lógica do poder do sonho, cada vez mais enlouqueço mais para os demais e, é só quando acordo, e quase nunca recordo (quando volto a dormir) que alguma verdade me aparece, se desvela e berra comigo; provável que eu ja tenha assustado muito as luas que falam, os sols que divagam e o coelho que joga lampião constantemente. Contudo sei, que estas são minhas únicas lembranças manifestas do que resta deste mundo real.
Meu plano é simples e complexo ao mesmo tempo, um paradoxo realista. Observei durante anos uma pequena possibilidade de fuga, provém de uma bactéria do sonho que pode trazer paulatinamente uma irrupção de realidade momentanea; todavia é possível que eu não esteja pronto para uma irrupção muito grande de realidade, ja que, neste momento singular meu objetivo consiste em minar a cidade de bombas de chocolate, tocando tamborin de abacate e isto, ora isto, é totalmente irreconciliavel com as leis do sonho.
Encontro-me numa situação emergente, e o umbral que se mostra pode ser minha passagem para vida ou para morte; espero poder transmutar o mundo num doce e desta forma trazer as crianças a luz.
E nesta luz de esperança, crianças e vontade, que, mil estrelas brilharão, na aurora bureal do lapis gigantesco, que tudo escreve, que tudo valida, que à tudo da vida. É este lapis filosophorum, esta desgraça e explosão que tomará o incendio e a maldição de meu próprio ser.
domingo, agosto 21, 2005
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