segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Kairós e Tempo Mítico

Revista Viver Mente e Cérebro : Coleção memórias da psicanalise - Jung
(pg.35)

Kairós e o Tempo Místico

Jung refere-se a um tempo mítico, ligado à maneira de pensar dos gregos e a seu universo de discurso. Os gregos tinham duas palavras para se referir ao tempo: chronos e kairós. Segundo a mitologia helênica, o titã Chronos devorava os seus filhos. A cronologia é, então, uma sequência de instantes homogêneos, que se sucedem ininterruptamente, como o tique-taque de um relógio. Mas os gregos também referiam-se ao Kairós: o tempo kairótico não mais é pensado como homogêneo, mas a ênfase é na diferença,a na ruptura, na des-continuidade. Vivenciar um tempo kairótico é vivenciar acontecimentos que cortam a sucessão temporal e, com isso, marcam uma significativa diferença entre o quem vem antes e o que vem depois. Os que habitam o tempo kairótico não podem determinar antecipadamente o tempo certo para então agir. Eles aguardam um futuro desconhecido e se preparam para responder. A resposta, aliás, é vital, já que no tempo kairótico o presente não está predeterminado e plenamente formado; antes, o presente é oportunidade e desafio: é um tempo aberto para o novo.

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Como Manipular o Seu Patrão?

Hoje falaremos sobre o querido e gostoso B.F.Skinner criador do Behaviorismo radical, behavior vem do inglês e significa comportamento, portanto Skinner é criador da corrente psicologica Comportamentalista que se "baseia na premissa" que o ser humano é total produto de estimulos, respostas, modelamentos, reforços condicionados e incondicionados, condicionamentos e de seu lado fisiologico e genético. Bem, isso que eu disse é o que sempre se escuta mas também não é bem assim... o Comportamentalismo não estuda o subjetivo por entender que seria isto anti-ciêntifico pois o inconsciênte ou a consciência não são passiveis de serem observados empiricamente mas existem comportamentalistas que creem existir o subjetivo apesar de não trabalharem com ele. (inclusive muitos comportamentalistas trabalham com a para-psicologia e dizem ser o pensamento um produto externo e não interno, ex de "pensamento externo" - telekiness)

Skinner entre muitas coisas divertidas chegou a condicionar pombos para guiar misseis para alvos determinados e chegou a ser tão extremo que colocou sua filha em um aparato criado por ele que chamou de Caixa de Skinner. A caixa de Skinner seria uma "gaiola" onde não haveria possibilidade de estimulos que não podessem ser controlados entrarem em contato com o respondente, no caso, sua própria filha. Diz ele que sua filha se tornou extremamente saúdavel (coitada..).

Que Skinner é a base de toda propaganda, meios de manipulação, isso é certo... mas como poderemos usar Skinner a nosso favor? Foi pensando nisso que começei a escrever esse compêndio :

COMO MANIPULAR O SEU PATRÃO?

Para começar é importante que as pessoas conheçam os principais "conceitos" da teória comportamental para que possamos juntos criar situações e comportamentos atrativos para se "brincar" com seu patrão. Vamos portanto a esses conceitos....

Condicionamento - é de praxe ja do leitor (se é que existe algum) que o comportamentalismo trabalha apenas com comportamentos e não com estados internos...o condicionamento pode ser dividido aqui em duas partes, Condionamentos Operantes (trabalhados mais por Skinner) e o Condionamento Classico (trabalhado por Pavlov).

Condicionamento Classico - O condionamento classico consiste em tornar um estimulo neutro em um estimulo condicionado com o uso de um reforço positivo (que aumentara a probabilidade do comportamento desejado). Vamos ao exemplo para clariar as vistas: Temos o exemplo classico do cão de Pavlov, Pavlov observou que sempre quando mostrada uma carne para o cão ele produzia a Resposta de Salivar (ao ver o estimulo carne). Salivar é uma reposta incondicionada (no caso resposta fisiologica) ao ver o estimulo carne. Bem, agora Pavlov antes do cão ver a carne tocava uma campainha (estimulo neutro), com o tempo o cão não mais precisava ver a carne para produzir a Reposta Salivação, quando a campainha tocava o cão ja produzia a Resposta. Neste caso a Carne serviu de elemento reforçador positivo aumentando a probabilidade do comportamento salivar.

Apesar desse condicionamento ser mais simples e ser mais estrito a estimulos incondionados primeiramente ele também pode ser utilizado de alguma forma trabalhando-se com váriaveis como a privação de dormir do patrão, a privação de comida, temos que pensar juntos aqui, mas os memes ja foram dados. Aqui agora vai o primeiro exemplo de condionamento classico para usar em seu trabalho: Toda vez que seu patrão liberar vocês mais cedo produza um estimulo neutro, exemplo: toda vez que ele liberar você mais cedo você toca alguma musica, canta ou sei la, faz alguma coisa que seja um estimulo neutro e se repita facilmente..... Com o tempo, poderá ser que a simples musica aumente a probabilidade de libera-los mais cedo...claro que isso não é o ideal, o ideal seria que você conhecesse o que leva ele a libera-los mais cedo para que ai sim possa ter um controle "total" sobre o comportamento do patrão estimulando a resposta liberar mais cedo.

Condicionamento Operante - Skinner então observou que nem todo comportamento se ajustava ao paradigma do condicionamento classico como pintar um quadro, ou sei la ver tv, mecher num computador. A frequência da resposta do comportamento respondente (o que o diferencia ja do condicionamento classico) é que a frequência de respostas muda de acordo com o reforço utilizado. O comportamento operante não necessita de um estimulo eliciador (ex: a carne que era um estimulo incondicionado quando o cachorro estava privado de comida), contúdo o condicionamento operante precisa da manutenção do reforço para manter o comportamento desejado no caso o do patrão. (Ex: uma criança pede balas a você, você as da sempre e reforça positivamente a reposta pedir balas, caso você pare de dar as balas o comportamento pedir balas será extinto)

Quando você estiver manipulando seu patrão de que modo você pode querer que o comportamento dele não se extinga sem você continuar dando reforços para ele continuamente?
Ai cabe conhecer os tipos de reforço que você pode oferecer a ele...

Reforço - O reforço no condicionamento operante esta relacionado a Reposta, ou seja, ele deve ser usado depois da mesma para manutenção da Resposta, no caso, da manipulação. O reforço positivo no caso será algo que aumentará a probabilidade do comportamento desejado se repetir, ex: Seu patrão gosta de mulher, você faz alguma coisa para produzir a Reposta "liberar os funcionarios antes da hora" (ou algo acontece para tal), após ele liberar os funcionarios você chama uma amiga sua que estava afim dele, logo você reforçou o comportamento liberar os funcionarios caso ele goste de sua amiga (não que isso seja humano com sua amiga, foi um péssimo exemplo mas creio ter servido para explicar..).

Reforço de Intervalo - É um reforço com funcionará em tempos fixos, exemplo : um empregado ganha seu salario de 1 em 1 mês, e assim é reforçado seu comportamento trabalhar periodicamente.
O reforço de intervalo também pode operar com intervalos variáveis e nesse caso a extinção do comportamento demorará mais tempo para se efetuar do que utilizando um reforço de intervalo continuo.

Reforço de Razão - Não existe relação temporal, apenas se relaciona com a Reposta. Nos reforços de razão a extinção é ainda mais lenta do que os reforços de intervalo.
Reforço de Razão Fixa - Ex: A cada 10 ou 20 respostas que você deseja você da um reforço
Reforço de Razão Variavel - bem, acho que o nome ja diz tudo... varia o numero de respostas produzidas para você dar um reforço, esse tipo de reforço é um dos que mais demoram a extinção.

Bem, cabei por aqui por enquanto...vou pensar agora que a teória de Comportamento e Reforço foi simplificadamente passada para poderem criar modos de manipular os patrões em minhas idéias de como possibilitar essa manipulação, alguns memes ja foram passados durante o texto...é so pensar e botar lenha na brasa. Se alguém pensar em algo me manda porque ai posso botar aqui no blog para as pessoas poderem botar em prática.




Bem, enquanto conversava com um amigo, veio uma outra idéia sobre condicionamento que gostaria de expor aqui :

COMO DEIXAR UMA PESSOA BEBADA SEM BEBER E CHAPADA SEM FUMAR: (cond.classico)

Vamos usar o exemplo do fumo: o desejo de fumar ja deve ser condicionado pela prazer que segue o fumo, então temos que fumar é EC (estimulo condicionado). A Resposta a fumar é ficar chapado, logo RC (resposta condicionada = chapar).

Agora vamos ao condicionamento : Antes da pessoa fumar você coloca uma musica (repita sempre a mesma) , a musica é um EN (estimulo neutro), logo segue a cadeia EN - EC - RC, com o tempo a pessoa o EN se ligará imediatamente com a Resposta condicionada (chapar) e não haverá necessidade de sempre haver o elemento "cigarro" para eliciar a Resposta Condicionada, em outra palavras, ao ligar a musica a pessoa ficará chapada.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Verdades.

É frequente em nossa história, a procura pela verdade, pelo belo, pelo real em si. Essa busca se deu por exemplo entre Religiosos, entre Filosofos, entre Cientistas e entre diversos outros paradigmas epistemologicos.

Platão e Sócrates por exemplo diziam que nada se aprende no mundo físico, sobre o real, tudo se recorda. Isto porque a realidade imediata experimentada pelos sentidos é sempre uma mentira (ausência de verdade, Privatio Boni) enquanto não formos capazes de filosofar e recordar a verdade - o belo em si, Summum Bonum- conhecida por nossa alma que esteve no Hades¹ e conhece este real. O corpo, portador dos sentidos, seria o grande Belzebu para Socrates na procura do encontro com a verdade e esta só seria recordada caso o indivíduo entrasse "dentro de si" e ignora-se os sentimentos, as paixões, as riquezas, em suma, o corpo e o mundo material. Dai se provém a distinção entre o mundo da matéria, mundo dos sentidos e o mundo das idéias com seus arquétipos do Hades (o mundo real, dos deuses).

Muitos se enganariam caso achassem que esta doutrina se perdeu por la, ela foi grande influenciadora da filosofia Cristã e do pós-Cristianismo (ex: Gnosticos), inclusive para quem conhece ja algumas idéias Gnosticas irá se deparar com a grande semelhança entre estado de Sistase e a prisão dos sentidos de Sócrates. O estado de sistase para os Gnosticos se trataria de uma prisão criada por Demiurgo - criador do mundo material -, e esta prisão seria mantida por seus "demonios" chamados arcontes, os arcontes se encarregariam de prender os âtmas, particulas divinas e o próprio ser humano que também estaria nessa prisão.

Até aqui tudo inter-ligado mas isso não basta, vamos a ciência... A ciência sempre buscou a verdade per si, basta ver a pretenção da maioria dos cientistas de serem imparciais, mas a pergunta a ser feita é: é possivel algum tipo de imparcialidade enquanto estamos "presos" a nossa consciência? A micro-física moderna diz que não, ao se deparar com as particulas sub-atomicas, os quartz, os leptons, etc... observa finalmente que por trás do nosso ordenado universo - ordenação da matéria -, da nossa causalidade, e pretenso determinismo existe um mundo indeterminado, um mundo acausal onde não é possivel sequer delimintar algum movimento linear, quanto mais procuramos determinar a posição de uma particula menos sabemos quanto a sua velocidade e quanto mais procuramos determinar sua velocidade menos sabemos acerca de sua posição.

O mundo da física demonstra o caos por trás de nossas percepções, e em alguns pontos entra em conformidade com a fenomenologia, que é uma superação filosofica do realismo e do idealismo. O realismo supõe que a realidade seja tal qual a vemos, ou seja, se vemos uma parede ela é real, se tocamos num pão ele é real.... o Idealismo pelo contrário diria: nada é real, toda realidade esta em nossa mente, sem nossa percepção não existem as cores, o cheiro, etc... ou seja, tudo esta em nossa cabeça. A fenomenologia vem ultrapassar esses paradigmas epistemologicos dizendo que o real per si é impossível de ser alcançado e a realidade a qual presenciamos não é o real da mente ou do mundo externo e sim uma interação entre ambos, por exemplo: Cai um coco de uma arvore, caso não haja observadores não haverá som, apenas particulas em onda que não encontrarão receptáculo. Se não há observador sequer podemos dizer que a árvore existe, ela apenas existe como possibilidade, ou seja, ela é uma virtualidade que se tornará real após a percepção de alguém de que lá ela está.

Agora ja passamos pelas pontes e fizemos razoavelmente uma linha, a procura pelo real até a impossibilidade de chegar ao real, contúdo mesmo assim vimos que existe uma possibilidade deste real existir, isto não é negado... o que parece terminar é a busca pelo belo em si, pelo bom em si que ja são outros conceitos - porém também ligados a verdade -. Sobre esses conceitos gostaria de lembrar Santo Augustinho :

"todas as coisas são boas porque umas são melhores do que as outras e a qualidade das coisas menos boas faz crescer o valor das boas... Mas aquelas que chamamos más, são falhas da natureza das coisas boas e nunca podem existir absolutamente por si mesmas, fora das coisas boas... Mas até mesmo estas falhas testemunham a bondade da natureza dos seres, Com efeito, o que é mau por alguma falha essencial, é verdadeiramente bom por natureza. A falha essencial, com efeito, é algo contra a natureza, porque prejudica a natureza. E não poderia prejudicar, senão por diminuição de sua bondade. Por conseguinte, o mal nada mais é do que a ausência do bem. E por essa razão só se encontra em alguma coisa boa. E é por isso que as coisas boas podem existir sem as coisas más, como, por exemplo, o próprio Deus e todos os seres celestes superiores: não são maus...; se, porém, prejudicam, diminuem o bem e se continuam a prejudicar, é porque encontram ainda algum bem que podem diminuir; e se o consomem todo, a natureza já não tira mais nada que possa ser prejudicado; por isso, quando já não houver uma naturezas cujo bem diminua, ao ser prejudicado, também já não existirá mal algum para prejudicar"

Aqui fica evidente a influência de Platão em Augustinho mas não é ai que quero chegar.... O fato -aonde desejo chegar- é que grande parte do movimento político anti-cristão segiu a esperança de encontrar a verdade, o belo e ver-se como salvadores, como socialistas útopicos, comunistas e mesmo anarquistas. Nietzsche constata muito bem isso chamando-os de cristãos, apesar de também elogia-los por suas coragens. Um otimo exemplo dessa busca pelo bom é o Marxista, Psiquiatra e Cientista Wilhelm Reich, que afirma existir no ser humano mecanismos que o impedem de manifestar sua natureza que apriori seria boa, um amoralismo bom biologico. A economia capitalista e a moral cristã resultariam num tipo de sistema anti-sexual que inibiriam a autonomia dos indivíduos resultando em pessoas submissas ao poder constituido. Semelhanças? Tem mais, essas prisões se dariam por mecanismos criados empiricamente chamados de Couraças, que reteriam energia e causariam uma séria de disturbios, existiriam as couraças musculares e a couraça caracteriológica. O mais engraçado é que as couraças musculares ja existiram bem antes de Reich para os médicos e advinha o nome que elas eram chamadas? Sistase!

Entre os comunistas também vale resaltar a idéia de Marx de que o comunismo seria o sistema final, ou seja, perfeito e ideal - notem a semelhança desde ja com o Éden -. Isso provém da utilização da idéia de Hegel de evolução -em forma espiral- de modo que uma tese geraria uma antítese e dai surgiria uma sintese. Os anarquistas também não passaram longe dessa idéia, consideraram sempre o anarquismo como sistema perfeito, onde não haveria mais guerras, fome, miséria, e isso muitas vezes acabou tomando um rumo moral onde apesar da luta contra a burguesia os revolucionarios mantiam uma moral altamente rigída, seja sexual ou de qualquer espécie.

Isso foi e tem sido em minha visão um dos grandes equivocos do movimento revolucionário ja que esse desejo incondicional ao bem, ao belo, ao bom, ao Éden, cria uma repressão ao outro lado do ser humano e acaba potencializando este lado e criando uma série de patologias, inclusive a projeção desse conteúdo tornado inconsciênte (ou que sempre esteve la) em outros, ou Outros, exemplo : a visão dos ricos pelos anarquistas e comunistas como uma espécie de Satan, ou com excessivos desejos materiais enquanto muitas vezes esse desejo material é do próprio sujeito revolucionário. Jung ja falava muito dessa dualidade do homem e quão prejudicial era ver apenas um dos dois lados, ele dizia que para o crescimento do ser era necessário perceber este lado em si mesmo, em suas proprias palavras:

"Só o autoconhecimento mais amplo e severo possível, que olhe o mal e o bem numa relação correta e seja capaz de ponderar todos os aspectos, oferece uma certa garantia de que o resultado final não será muito ruim"

¹ - Hades era o deus Grego da morte, porém foi também reconhecido como o invisível verdadeiro, o eterno, criador do real em si por Sócrates.

Auxiliares:

http://www.rubedo.psc.br/artigosb/quesmal.htm
http://www.montfort.org.br/cadernos/guenon5.html
http://malprg.blogs.com/francoatirador/2004/05/index.html
acho que é isso..

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Nietzsche para os Nietzscheanos?

"O gênio do coração¹, como possui aquele grande desconhecido, o deus tentador e sedutor de conscências, cuja voz sabe descer até os últimos desvãos da alma, de quem cada palavra, cada olhar, são alimento, cuja propriedade especial é saber parecer, não aquilo que ele é, mas aquilo que para seus seguidores é mais uma imposição para se aproximarem mais e mais e segui-lo sempre mais intima e radicalmente; o gênio do coração que faz emudecer todas as vozes altas e vaidosas e ensina a escutar o silêncio, que nivela as almas rudes inspirando-lhes novos desejos, de jazer silenciosas como as águas de um lago a fim de que os céus possam se espelhar nelas; o gênio do coração que sabe reter toda mão inabíl e pressurosa, ensinando-a ser mais delicada, que sabe advinhar o tesouro escondido e esquecido, a gota de bondade e de espiritualidade escondida sob a crosta endurecida do gelo, que é uma vara mágica para cada pepita de ouro, aprisionado demoradamente no lodo e na areia; o gênio do coração a cujo contato qualquer um se sente mais rico, não surpreso e beneficiado, não feliz e oprimido por ter se renovado, desabrochado, vergado e acariciado pelo sopro do zéfiro, mais terno, mais frágil, mais confuso, mas pelo de esperança inominável, de nova vontade, novas energias, novos desdéns, novos valores do passado - mas que faço eu, meus amigos?

De que estou falando? Tive tamanha desconsideração a ponto de não citar seu nome! Se não tiverem adivinhado até agora, quem é este espírito, este deus misterioso, que deve ser louvado como tal. Como acontece com aqueles que desde a infância sempre se encontraram em marcha e entre estranhos, também a minha vida foi atravessada por muitos e vários espiritos, de muitas espécies, singulares e por vezes periogosos. Porém, antes de qualquer outro, por Dionísio, aquele deus ambíguo e tentador, o qual, como sabeis, em todo segredo e veneração, em tempos passados, sacrifiquei minhas premissas (o último talvez que ofereceu sacrificios a ele, uma vez que não encontrei ninguém que tivesse compreendido aquilo que eu fiz então). "

Parte do trecho 295 do livro Além do bem e do mal.

¹ - Aqui -e nos resto do texto- fica visivel as utilização de termos da Grecia antiga, o gênio do amor é descrito no livro O Banquete de Platão, o termo gênio é utilizado pelo amor não ser nem um deus e nem um homem e conter em si o belo e o feio. Nietzsche parace fazer um discurço sobre o amor utilizando sua visão Dionisiaca, além do bem e do mal ( ? ) .

O homem

Sapiênte animal,
ilustre lustre das sombras
Dará a cara a tapa,
apenas para dizer
que não é o que deve ser?

Só se deteriora por querer ser só o bem
Só se expande o mal por dizer que mal não ha em ti também
Permancendo em teu caminho
de luz e ilusão
permanece em seda pura
e com vontade de matar

Procura ainda o paraiso,
Ha! Que vontade de sonhar
Mas deve-se lembrar que todo paraiso
É feito de pedras, mares, luas e luzes
E voltará sempre ao vislumbre
do caos e do que não pode conhecer
Se em caminho unico
ainda assim permanecer

Se ainda assim procurar o paraiso,
lembre-se do amor, do odio e da dor
E então siga em frente,
Em busca de um novo expoente
evoluido,
porém como o anjo caido
Não só de superação,
mas também de maldição

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

As vezes é necessária a calma,
para conhecer o mar da alma
ao invés de cuspir em tudo

Revoltar-se, a grande piada
Quando desconhece-se a vontade
E sabe-se em falsa realidade
Esta que deve ser superada,
pelo homem de alma lavada?

O estado de sistase permanece,
Demiurgo em chamas re-aparece

I
L
U
S
Ã
O

Óh, pequeno Zorro
Ordena tua visão
Teu estado de consciência agora é vão
Se segue a unilateralidade do causal
E o determinismo do animal

Alerta-te e reverbera a luz em ti
Esforça-te, Exorta todo caroço ja chupado
Destroi tua casa com teu cajado

Revolta-te, pois ja não é mais um homem
és deus, és deus
Para a maioria das pessoas:

"Eis o que desagrada! Ainda a velha história! Assim que se acabou de construir a própria casa é que se nota que se começou algo, que se deveria conhecer antes de aventurar-se a edificar, é sempre o maldito: "Muito tarde." A melancolia de alguma coisa acabada."
Nietzsche, Além do Bem do Mal 277

Eu modificaria o seguinte ponto : não concordo que as pessoas só após terem construido é que vão observar que é muito tarde e sim que elas não constroem totalmente, em grande parte é contruida a casa pra elas, e elas "tem" (por fraqueza) que ficar lá, em "suas próprias casas".
Como diria Raul (sobre outra coisa..)...."esse imovél ta pra alugar..."

Ou seja, as pessoas não só ficam em suas próprias casas e sim em casas "alugadas", além do simples e melancolico fato de estar em uma casa que ja é por si só tenebroso e ilusorio, talvez seja melhor morar a vida inteira no mundo e não só numa casa, e se assim for, que esta casa tenha as portas e as janelas abertas, e seja de um instrumento de facil troca, porque esse negocio de ficar preso é pra prisioneiro...