domingo, março 27, 2005

Um dia a gente olha,
E se vê perdido
onde estou?
pra onde vou?
a vida nos parece mesmo assim,
sem sentido

um arco iris negro,
um futuro desperço
nas sombras da fumaça

e todas as lembranças
parecem tão repetidas
um olhar pro monitor,
o computador ligado
um vinho vazio
tudo se torna objeto
tudo se torna indijesto

A esperança se apaga
a gente joga a gimba fora

Uma hora a gente aceita
que a vida é mesmo assim
trabalha, come, deita
e resolve não pensar
divagar é se masturbar

viciados em viver,
uma vida não vivida
as possibilidades se esvaem
e a gente se torna
escravos,
de nos mesmos
de nosso tempo
de nosso medo
de nossa vida

aceitamos ser mais um robo
pra viver mecanizados
a gente ora
a gente cre
a gente reza
a gente vê
mais que depressa
a vida foi-se
mais uma reza
que não concretizou-se

sexta-feira, março 25, 2005

CAMPANHA: O MUNDO É DAS CRIANÇAS!!!

Estamos nessa jornada a quase 8 anos querendo garantir a proibição de pessoas de mais de 9 anos possam exercer qualquer cargo político e/ou cargos que exerçam poder institucional sobre a sociedade. A operação O Mundo é das Crianças acredita que Adultos ou Adolescente são pessoas que não estão aptas a gerirem ou utilizarem-se de autoritarismo ou autoridade para com os demais membros da sociedade e muito menos criarem a infraestrutura e superestrutura da mesma.

Entendemos, portanto, que as crianças, por serem ainda não dominadas por padrões rigidos ou mecanicos de comportamento, podem e deveriam ter o controle sobre essas estruturas e organizações sociais. A felicidade, o ludismo, a sinceridade, as pequenas brigas e a ingenuidade, portanto, deveriam governar a sociedade, mesmo porque, talvez sejam as formas primárias de conducta humana.

O MUNDO É DAS CRIANÇAS!!!!

quarta-feira, março 23, 2005

Divagações entre sinteses e antíteses.

O encontro entre a ordem, a harmonia, a lógica, a causalidade e o imprevisível, o sexual, o instintual na antiga Grécia antiga se davam no encontro entre a arte e a não-arte, a primeira representada por Apolo, deus da beleza (beleza entendida como os pontos acima mencionados) e Dionisio deus do vinho, do sexual, da falta de consciência, do brutal, do indominável. Era nesse encontro que se realizava a tragédia Grega que depois foi negada por Sócrates e Platão como um espetáculo não racional, logo, sem sentido.

Essa negação representa muito bem o que os filósofos supracitados desejavam, o encontro ao belo em si, ao real, a verdade, ao bom, o que levou a unilateralidade da procura do bem no Cristianismo (platonismo do povo nas palavras de Nietzsche) como ja foi dito em outros posts, apenas para sustentar o argumento re-lembro Santo Augustinho, que como Sócrates e Platão, diziam que o mal não existe per si e sim como ausência de bem (privatio boni).

Nietzsche ( 1844-1900 ) muito falava sobre a tragédia Grega –e sobre o período helênico-, porém criticando esse "principais" pensadores Gregos. Todavia, nem todos estavam em sua lista de fogo¹, um ótimo exemplo seria o próprio Heraclito (filosofo original ou pré-sócratico) que influenciou bastante o próprio Nietzsche com sua idéia de Devir e talvez mesmo na idéia dos opostos.

O filosofo Soren Kiekgaard (1813-1855) ja falava de três fases distintas da existência, a fase estética, a fase ética e a fase religiosa e uma pessoa só mudaria de uma "fase" para outra através de um salto, de uma de-cisão, um acarretar-se com sua responsabilidade, ou seja, caminharia para sua liberdade a qual só poderia ser alcançada na fase religiosa. A fase estética é a qual Nietzsche considerou sendo a única realidade, ja que havia a impossibilidade de se chegar a verdade e está servia de argumento para tornar o homem um ser submisso e em negação ao que ele chamou de Vontade de Potência.

A fase estética serviu para os propósitos de Nietzsche que desejava ser uma antítese do paradigma racionalista e domesticador de sua época, diria-se de uma intenção Apolinea, negando a natureza caótica, não linear e não possível de ser comensurada em modelos meta físicos. A fase estética de Kiekgaard (diferente da de Nietzsche porém com vários paralelos, ex: a não aceitação das normas sociais) ao qual o próprio Kiekgaard passou era uma fase onde só se buscava o belo, as mulheres, etc.. Todo relacionamento era apenas em busca ao sexo e quando conseguia-se o objetivo deixava-se a mulher só e chegava-se a dizer com a mulher aos prantos: "isto foi para seu bem, assim aprendes um pouco mais de teus sentimentos." Aqui também podemos notar a idéia de que a dor gera força e o mal é também bem.

A fase ética ja seriam uma inter-relação externo-interno superando o "teatro" (termo que o próprio Kiekgaard usa) da fase estética –totalmente voltado ao externo-, na fase ética se reconheceriam as normas sociais, poderia-se ter uma família, um emprego, e o indivíduo começa a se conhecer subjetivamente porém na procura por ser si próprio quer se considerar totalmente independente do "criador", talvez seria algo como Lucifer –a criação que enfrenta o criador- ou pode-se ignorar totalmente esses assuntos nessa fase.

A fase final é a fase da síntese, é a fase onde o ser ultrapassa as regras morais. Supera, por aceitar, a dualidade inerente ao ser humano que é ao mesmo tempo finito e infinito, criador e criatura, eterno e temporal, possibilidade e necessidade. Essa síntese relembra bastante o modelo Junguiano de processo de individuação ao qual o indivíduo ruma ao seu self ingrando conteúdos simbolicos e opostos, ou seja, como em Kiekgaard, faz isso através de sinteses.

Para Kiekgaard ai há um salto qualitativo imenso, em direção a fé. Fé para Kiekgaard seria aceitar incondicionalmente as vontades de deus, poderíamos dar o exemplo no Cristianismo de Jó, que foi testado de todas as formas pelo Capeta e obrigado a sacrificar seu filho Abraão em nome de Deus e pelo próprio Deus numa brincadeira com o Diabo. Ou seja, Jó quando ouviu Deus aceitou enfrentar todas as regras, morais, imposições religiosas, ouvindo o que Deus lhe dizia, ele foi em frente apesar de questionar várias vezes o próprio Deus (aqui Deus mostrada sua "outra face").

Cabe aqui pensarmos sobre que deus Kiekgaard falava, em sua época Kiekgaard por sorte não foi morto –apesar de muitos quererem faze-lo- pois sua concepção de deus era um ser imaterial ao qual nós seriamos uma parte deste "ser imensurável, incomunicável"...ai lembremos do deus Hindu que seria incomunicável, imensurável e Vishnu criador de todas as coisas, seria sua manifestação direta e criador de todos os outros deuses, inclusive de Shiva. Esse deus acabou por se transformar em nossa Vontade de Aliester Crowley, de Schopenhauer, o Nada de Satre, etc...

Este deus se transformou em nossa vontade pois a idéia seria que nos somos fragmentos de deus portanto nossa força interna e vontade interna seriam "vontades divinas", o nosso rumo ao interno seria nosso rumo não só ao encontro de nós mesmos mas também no encontro do criador.

As Vontades (que não são apenas meros desejos ou vontade de) se transformaram então em noções internas, Jung com seu modelo de Self "entenderá" que esse ser de Vontade é um ser de totalidade como Kiekgaard, porém, sua no Self a totalidade não é interna e sim interna e externa. O homem deve aceitar o que o seu si-mesmo ou self "diz" para seu ego, deve compreender a sua "sombra" e a sua "luz" para ultrapassar como na tragédia Grega o simples Dionisíaco ou Apolíneo. Para Jung, o homem deve escutar essas mensagem de si, observar os símbolos que brotam em sua existência, sejam eles manifestos no sonho, na cidade, no campo, no outro, etc..

A origem etimológica da palavra Símbolo é Sym + Balein, sym significa amalgamar e Bailen que significa em rumo á, uma meta. Os Chineses utilizavam a palavra symbailen para significar a união dos dois lados opostos de uma mesma moeda. Do mesmo modo então as sínteses Kiekgaard estarão presentes em Jung, apesar dos diferentes modos, essa questão das sínteses como "evolução" na vida do sujeito re-lembrará Hegel e sua idéia de que toda tese gera uma antítese que gerará sua superação, no caso, uma síntese. Isso mostra o caráter teleológico da teoria Junguiana e do Existencialismo enquanto a vida sendo meta há. Como diriam Niels Bohr e nosso amigo Kiekgaard:

"O sentido da vida consiste em que não tem nenhum sentido dizer que a vida não tem sentido." - Niels Bohr (1885-1962)

"A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas deve ser vivida olhando-se para a frente." - Kiekgaard

¹ - Aqui a ironia sobre a cosmogonia de Heraclito que se derivava do fogo.

Referências :

Curso de filosofia : Cap 11e 12
Apostila de Epistemologia, Elizabeth C. Melo

Que ajudaram por leituras anteriores :

O homem e seus símbolos, C.G.Jung
Os Pensadores, Platão
Fundamentos da Psicologia Analítica, C.G.Jung
Revista viver mente e cérebro: memórias da psicanalise ed.2
Além do bem e do mal, Nietzsche

Acho que é isso, falowz coleguinhas!
escrito em um momento de tristeza:

"A felicidade é uma fração mal educada,
aparece sem ser chamada,
vai sem se despedir;
Quando você a procura
Ela ja não está mais ali."

sábado, março 19, 2005

All Hail Hanuman! http://www.geocities.com/jobaga98/
All Hail Hanuman!
All Hail Hanuman!

quarta-feira, março 16, 2005

Post dedicado a dedicação do dedicado (em outras palavras, para Lidi)

Por todo caminho nesse mundo existem muitos espinhos e muitas vezes eles nos tornam mais resistentes, nossa pele mais grossa, apesar de continuar sentido as dores. Chegamos até mesmo a nos tornarmos mais preparados para como a vida nos aflinge. Pelo caminho da vida, do crescimento, do rumo ao si-mesmo, encontramos tanto essas adversidades -que tem seu valor-, como coisas maravilhosas. Em meu rumo não foi diferente e talvez por isso eu permaneça de pé.

Eu continuo provando o vinagre e o vinho, a ultima poesia expos grandes problemas as quais eu passei durante minha adolescencia mas a vida não é so feita de tentaculos mas também de flores, cores vivas e principalmente amor. Quando nosso coração manda não há nada nesse mundo que possa dete-lo, porque afinal, o que é um amor senão um arquétipo? Não existe uma possibilidade de compreendermos ele por nenhum modelo biologico, físico, quimico.... o amor é, o amor está sendo, o amor pode vir-a-ser. E este que está-sendo, surgiu em minha vida ha três meses e chama-se Lidiane. É incrivel como uma vida pode ser colorida, re-pintada, e todo aquele seu lado racional se esvai para dar lado a emoção, ao incontrolavel, ao imprevisivel. E quanto medo isso não nos tras? Mas o medo da lugar a felicidade e o momento então se eterniza, o amor modifica tudo, o tempo, o espaço, ultrapassa as leis da física e da quimica, o eterno é uma fração, dois seres são apenas um, duas moleculas ocupam o mesmo lugar no espaço, dois corações batem no mesmo peito.

Imagine-se na situação... (VISUALIZE)

"Tu es uma pequena formiga perante um gigantesco templo, com torres de marfim, toda arquitetura é feita de modo circular, tapetes perças, orquideas, rosas por todos os lados enquanto diversas pessoas dançam e meditam com trajes de tecido fino, fresco, altamente colorido. Estas a andar, a passos curtos mesmo porque maiores não poderias dar, dado o teu tamanho. Olhas de tão baixo e começas a analisar as pessoas e o templo, sente que és um grande analista mas quão tendenciosa não seria a visão de um angulo tão superficial para ditar verdades, também sabendo que há outro agravante para tua análise, tu só vees cores em preto e branco. Quando aceitas de fato o fato da vida, o amor, a alegria que existe mesmo na dor, elevaste-te a tão alto que agora podes ver o sol nascente, brilhando em teus raios dourados. Vees finalmente o rio que reflete os raios do sol, fluindo com a beleza que dele é natural. Tu és agora um Rei ou uma Rainha, não para comandar mas tens a capacidade de criar teus próprios valores, tua propria ciência, teus próprios amores, criar e colorir tua essencia, tua vida, és demasiadamente grande, demasiadamente mágico. Teu tempo é kaiorotico, e seu amor agora teu guia."

Lidi, obrigado por trazer pra mim o antidoto da felicidade, a formula do crescimento, o encanto de teus beijos, teus sonhos e teus desejos. Obrigado por existir-comigo nesse encanto de vida.

Te Amo.

Poe try

Por que ainda as lagoas da humanidade?
geradas por sangue e dor
por fim o grito agudo,
que reza de tanta dor
desumano!

Por que ainda os prazeres escopocentricos?
que discriminam a beleza,
por quão mais perto da baixeza
de ser o não-ser robotico

cegos,
etnocentricos e escatologicos
de fundo morbidos e sensuais
teus prazeres escondidos,
são os queridos prazeres anais

e no fundo do mais negro buraco
esta escondido o mais obscuro fardo
que deves carregar,
tua crença de ser inferior
é descontada então na dor
de um sujeito fraco e magro
que estas a ridicularizar

em mais um dia separados
pelas terras, por entre os lagos
meu desejo por ir-ser o mar
é perdido novamente
passa pelas mãos,
por entre os dedos,
por entre os entes
desta vida melancolica

quarta-feira, março 09, 2005

Era uma vez um jovem, potencialmente um criminoso, potencialmente um burgues, potencialmente um playboy, potencilamente qualquer bosta, afinal, a potencia era ele proprio que criava. Esse jovem pertencia a uma familia classe media, possuia um computador, uma guitarra, muitos livros, possuia muitas coisas, ou talvez, muitas coisas possuisem ele.
Seu maior sonho era abandonar tudo isso, toda aquela vida no meio da cidade grande, largar todo grande numero de responsabilidades que lhe sugavam a vida e que lhe levavam a um destino previamente conhecido, previamente estruturado pela "autonomia do dominio" ou pelo seu proprio medo, suas possibilidades e sua escolha, sua liberdade de consistia em responder se o que queria era A ou B.
- MAIS QUE MERDA! EU NÃO QUERO A OU B, EU QUERO SER A, B, C, D, E, F, G e muito mais, eu quero ser o infinito eu QUERO CORAGEM PARA LEVAR MEU SONHO PRA FRENTE.
A vida funciona como ondas, energias ondulantes, as quais tudo que se faz demais um dia será apensas requicio, e se nada for feito esse desejo se tornará necessidade ou neurose, na nossa vida precisamos viver as coisas mesmo que isso signifique que essas coisas acabarão, diminuirão a necessidade de seu desejo que ira para outro lugar e para outro e voltará ao mesmo e irá para outro e assim é o Devir da vida.
- Um dia eu morarei em um campo, numa comunidade, num sitio, num lugar que chamarei de meu, num lugar que chamarei de nosso e neste lugar a natureza falará comigo e eu com ela...
Mas esse jovem temia e temia, seu medo lhe impedia de tomar uma atitude radical e tomar a frente seu destino, sua autonomia. Precisava desse sonho! Precisava que o vazio fosse expulso, precisava de uma meta, precisava existir!
- Eu não quero um futuro ficticio e nem quero que me deem ordens, eu não quero ser super-heroi, eu não quero ser salvador, eu não quero ser dominador, eu não quero ser dominado, quero viver, quero sorrir, quero partir pra um lugar e criar o que desejo, porque o desejo, ora o desejo, ele move fronteiras, barreiras, e derruba a realidade a golpes de marreta.
Se um dia o sonho desse rapaz se tornar realidade, reza a lenda que todo universo se metamorfoseará em um lindo arco-iris, onde o pote de ouro cairá dos céus e as aguas serão pra todos.