domingo, março 09, 2014

Phantasma phuzilado


Abro levemente a porta d´arte,
Que grunhe ao unir-se ao chão
Sujo, empoeirado e sosso;

Vagarosamente,
Abro a porta darte
Rasgando a superfície inferior do cômodo.

Os olhos:
Cruzam,
Trocam carícias
E vislumbrem:
Palavras.

Palavras escritas outrora,
De poesias, de versos, de paixões
Esquecidas no canto, no dejeto,
De academias apolíneas em plantão.

A estupidez toma o cérebro,
Até o desenrolar fatídico
Nem o acanhado cerebelo é poupado,
Tornando o corpo (in)grato,
Tonto e, como que, desequilibrado

Pathos, sem élan,
Sem cometer o crime
De entortar o sophro-syne

Do desgoverno do hemisfério esquerdo,
Constrói-se em ferro e concreto,
Um estandarte mítico,
Face sobre a face,
Camada sobre camada.

E, de tanta luz revelada,
Só expressa o vazio...
... e a cegueira.

A razão que entorpece,
A imaginação fuzilada.


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