segunda-feira, julho 31, 2006

Conto alemão: Die Prinzessin auf dem Baum


O jovem que guradava seus porcos na floresta descobre uma árvore cujos galhos se perdem nas nuvens. "Como será o mundo se observares do alto de sua copa?" diz de si para consigo. Sobe então na árvore, o dia inteiro, sem alcançar os galhos. O sol se põe e ele precisa passar a noite em uma forquilha da árvore. No dia seguinte, continua a subir e ao meio-dia atinge a copa. Só no fim da tarde chega a uma aldeia construída dentro dos galhos. Lá moram camponeses que o alimentam e lhe dão abrigo para a noite. De manhã, continua a escalada. Lá pelo meio-dia chega a uma castelo onde mora uma donzela. Descobre então que a árvore termina nesse ponto. Ela é a filha de um rei, mantida presa por um mau feiticeiro. O jovem fica com a princesa e tem autorização para entrar em todos os aposentos do castelo, com exceçã de um só, cujo acesso a princesa lhe proibiu. A curiosidade porém foi mais forte. Ele abre a porta e encontra num quarto um corvo pregado na parede com três pregos. Um deles atravesa-lhes o pescoço e os outros dois as asas. O corvo queixa-se de sede e o jovem, movido pela compaixão, dá-lhe água para beber. A cada gole cai um prego e, no último, o corvo se liberta e sai voando pela janela. Quando a princesa fica sabendo, assusta-se muito e diz: "O corvo era o diabo que me enfeitiçou... Agora não demorará muito para vir buscar-me! De fato, numa bela manhã ela desapareceu.

O jovem põe-se à sua procura e encontra o lobo que lhe da alguns pêlos, com a ajuda dos quais o jovem poderia ser ajudado a qualquer momento. Do mesmo modo, encontra também um urso e um leão, que também lhe dão alguns pêlos. Além disso, o leão diz-lhe que a princesa está presa numa casa de caçadores, nos arredores. O jovem encontra a casa e a princesa, mas é informado de que a fuga é impossível, pois o caçador possui um cavalo branco de três pernas, o qual sabe tudo e avisaria infalivelmente o caçador. Apesar disso, o jovem tenta a fuga, porém em vão. O caçador o alcança, mas como o jovem já havia salvo a vida quando era corvo, o caçador resolve deixá-lo partir. Este último regressa com a princessa na garupa. O jovem entra de novo furtivamente na casa, no momento em que o caçador fora para a floresta, e convence a princesa a revelar-lhe o segredo mediante o qual o caçador conseguira aquele cavalo branco e inteligente. Ela o consegue de noite e o jovem que se escondera debaixo da cama descobre que mais ou menos uma hora de distancia dali mora uma bruxa que cria cavalos mágicos. Aquele que conseguir guardar os potros durante três dias, poderá escolher para si, como recompensa, um cavalo. Outrora ela possuía, além dos cavalos, doze cordeiros, a fim de com eles aplacar a fome dos doze lobos que moravam na floresta em torno do seu quintal e assim impedi-los de se precipitarem sobre alguém. Ela, porém, não lhes dera os cordeiros. Os lobos o teriam perseguido ao voltar montado no cavalo branco e, no momento de atravessar a divisa, teriam conseguido arrancar a perna do cavalo. Por isso, seu cavalo só tem três pernas.

Mais que depressa o jovem vai até a casa da bruxa e faz um trato com ela, sob a condição de dar-lhe não apenas o cavalo que ele mesmo escolheria, mas também os doze cordeiros. A bruxa concorda. Ela ordena ao potro que fuja. Para adormecer o jovem, lhe da água ardente. Ele bebe, adormece e os potros escapam. No primeiro dia, ele os recupera com a ajuda do lobo. No segundo dia, quem o ajuda é o urso e, no terceiro, o leão. Pode então escolher a sua recompensa. A filhinha da bruxa lhe revala qual é a montaria da mãe. Naturalmente trata-se do melhor cavalo, que também é branco. O jovem o pede para si. Mal sai da estrebaria, a bruxa fura os cascos do cavalo branco, sugando-lhe a medula dos ossos. Com a medula ela assa um bolo, que oferece ao jovem para viagem. O cavalo enfraquece a ponto de morrer, mas o jovem dá-lhe o bolo para que coma, e com isso o cavalo recobra sua força anterior. O jovem consegue sair incólume da floresta, depois de ter saciado os lobos com os doze cordeiros. Ele vai buscar a princesa e ambos saem montados. O cavalo branco de três pernas chama novamente o caçador que imediatamente persegue os dois, conseguindo alcançá-los rapidamente, porque o cavalo branco de quatro pernas não quer correr. Quando o caçador se aproxima dele, o cavalo branco de quatro pernas brada para o de três pernas: "Irmãzinha, derruba-o!" O feiticeiro é derrubado e pisoteado pelos dois cavalos. O jovem coloca então a princesa no cavalo branco de três pernas e ambos cavalgam para o reino de seu pai, onde celebram seu casamento. O cavalo branco de quatro pernas pede ao jovem que decapite os dois cavalos, porque senão cairia sobre ele uma desgraça. Ao fazê-lo, os cavalos transformam-se em um principe imponente e uma princesa maravilhosa que depois de algum tempo se mudam "para seu próprio reino". Eles tinham sido transformados outrora em cavalos pelo caçador.

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