quinta-feira, julho 13, 2006
História
Pequena história para meus amigos leitores:
“Moisés disse certa vez a seu servo: eu não quero parar de caminhar, mesmo que tenha de viajar por oitenta anos até chegar ao lugar de encontro dos dois mares. Depois de alcançarem esse lugar, esqueceram o peixe que seguiu seu caminho por um canal até o mar. Depois de haverem passado por esse lugar, Moisés disse a seu servo: - Traze-nos o alimento do meio-dia, pois estamos cansados com esta viagem. O servo respondeu: - Vê o que me aconteceu! Quando acampávamos lá, junto à rocha, eu me esqueci do peixe. Só Satanás pode ter sido a causa desse esquecimento e falta de lembrança, e de um modo estranho (o peixe) seguiu o caminho para o mar. Então Moisés lhe disse: - É lá, portanto, o lugar que procuramos. E retrocederam pelo mesmo caminho que haviam seguido. Nele encontraram um dos nossos servos que havíamos dotado de graça e sabedoria. Moisés disse-lhe: - Devo seguir-te para que me ensines uma parte da sabedoria que aprendeste, para minha orientação? Mas o servo respondeu: - Não agüentarás ficar a meu lado; como suportarias pacientemente estar perto de coisas que não podes compreender? Moisés porém respondeu: - Se Deus quiser, verás que sou paciente, e não te desobedecerei em nada. O Outro retrucou: - Pois bem, se quiseres seguir-me, não poderás perguntar-me coisa alguma, até que eu, espontaneamente, te ofereça a explicação. E, assim, ambos seguiram até chegar a um barco no qual o Outro fez um furo. Moisés disse então: - Será que fizeste um furo para que a tripulação se afogue? Acho estranho o que fizeste. O Outro porém respondeu: - Eu já te dissera antes que não agüentarias ficar pacientemente a meu lado? Moisés respondeu: - Não me repreendas por tê-lo esquecido e não tornes tão difícil a ordem da obediência. Ao continuar, encontraram um jovem que o Outro matou. Moisés disse então: - Mataste um homem inocente, que não havia cometido nenhum assassinato. Na verdade cometeste uma ação injusta. Mas o Outro respondeu: - Já não te dissera antes que não agüentarias ficar pacientemente a meu lado? Ao que Moisés respondeu: - Se eu te perguntar mais alguma coisa, não precisas continuar a suportar-me em tua companhia. Aceita isso como desculpa. E continuaram até chegar a uma certa cidade onde pediram comida a seus habitantes; mas estes recusaram-se a hospedá-los. Lá encontraram um muro que ameaçava ruir; o Outro porém o escorou. Moisés disse-lhe: - Se quisesses poderias ser remunerado por esse trabalho. Mas o Outro respondeu: - Aqui vamos separar-nos. Antes porém quero revelar-te o significado das coisas que não pudeste suportar com paciência. Aquele barco pertencia a pessoas pobres, que trabalhavam no mar, e eu o inutilizei porque um rei pirata os perseguia, saqueando cada barco que encontrava. No que concerne ao jovem que matei, os seus pais são pessoas de fé e temíamos que os contaminasse com seus extravios e falta de fé; por isso desejávamos que o Senhor lhes desse em troca um filho melhor, mais piedoso e mais amoroso. Aquele muro pertence a dois jovens da cidade que são órgãos. Debaixo do muro está enterrado um tesouro que lhes caberá, e como seu pai era um homem honrado, é a vontade do teu Senhor que eles mesmos ao atingirem a maioridade retirem o tesouro pela graça do teu Senhor. Eu não agi portanto por capricho. Vê, esta é a explicação daquilo que não conseguiste suportar com paciência”.
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