O mundo gira e gira, tudo parece seguir o já esperado, padrões outrora determinados. Procuro a iluminação na autonomia e no livre-arbítrio, as sombras dificultam minha visão da luz, a procura por ora conduz ao indeterminado. Mas, quando chego neste não lugar utópico procuro minha intuição e pré ver o que está por vir. Sou extemporâneo, fora e alem do meu tempo. Encontro o destino e minha historia já constituída antes de meu ser se juntar ao mundo, pertenço a algo muito maior do que poderia esperar, ao cosmos, ao Nous, a alma do mundo. A tensão de dois mundos se debate em meu ser, o tempo se faz no futuro longínquo, em meu vir-a-ser, e não obstante minha historia só, e simplesmente, se faz agora, “voici, mon histoire!”.
Passo por vielas bem estreitas e por ruas muito largas, meu cérebro procura a minha alma e minha alma procura o meu cérebro. Procuro uma síntese fantástica de tudo já existente, desde da espontaneidade amorfa esquizofrênica, a mais perfeita ordem racional e lógica. E, por tempos incongruentes, destruo e rasgo o que não desejo, como o fogo que queima, a lei que proíbe, os olhos que se perfuram com a faca amaldiçoada pelo destino.
Invoco Sarapis, deus-regente de Alexandria. .
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