segunda-feira, outubro 10, 2005

Convergencia anarquista

Ta meio confuso, nao melhorei muito o txt mas prometido e´ prometido... ainda vai rolar o interpretaçao dos sonhos, so nao sei quando.. agora to fazendo um texto em defesa da psicose freudiana como instrumento de superaçao do ser.... em breve aqui, no mesmo bat canal, beijos babes



O caminho para o anarquismo deve passar por dois caminhos, caso queira uma mudança real e profunda. Através deste texto tentarei abrir margem as discussões que procurem a integração de diferentes pontos dentro do anarquismo histórico e “kairotico” (ontológico) para criar uma sinergia dentro de uma totalidade chamada anarquismo.

Primeiramente creio fazer necessário uma contextualização do anarquismo nos tempos modernos sem a perca do que constitui o anarquismo como anarquismo, a saber, o fim do estado, do governo, como nos diz a etimologia anarchia. Neste ponto, o anarquismo clássico ou histórico é fundamental, pois pode constituir uma meta razoavelmente estruturada, um objetivo delimitado em bases objetivas, lógicas e causais utilizando-se da idéia de igualdade, solidariedade e liberdade, saindo tanto dos ditames do liberalismo como da ditadura vermelha.

Após alguns sucessos e fracassos dentro da historia, devemos pensar os motivos que levaram o anarquismo a não se concretizar como segmento autônomo e perder espaço em algumas oportunidades revolucionarias a idéias totalitárias como o comunismo autoritário ou o capitalismo de estado.

Vários motivos empíricos me levam a crer que o próprio ser humano e a humanidade em geral no seu cotidiano é culpada pelas atrocidades cometidas pelo autoritarismo e pelas condutas egocêntricas dos indivíduos que “representando” a ideologia burguesa ou a ideologia proletária cometeram as maiores barbáries sem a menor ética ou consciência. Penso que estes próprios movimentos foram importantes para que possamos re-significar todo modelo de pensamento que temos para conseguir chegar a uma psique mais individuada e autônoma que possibilite uma maior compreensão acerca do que fazemos, sentimos e pensamos.

Se quisermos fugir do autoritarismo precisamos primeiro fugir da própria ideologia ou dos condicionamentos que moldam nossa consciência estabelecendo determinados padrões de percepção aos quais nos captamos, seja da realidade “sensível” ou da realidade psíquica. Esta consciência coletiva que não nos permite chegar aos nossos conteúdos mais originários e próprios, tanto pessoais como coletivos, é chamada no misticismo de egregora. Na física os fenômenos onde a virtualidade (potencialidade ou potentia) se estabelece em um ponto especifico e saem da superposição coerente (a própria virtualidade, o caos) é chamado de colapso da função de onda¹. Neste momento especifico de certo modo podemos captar a realidade já pré-moldada pelos valores sociais preponderantes, ideológicos, ou, pelo memes que acabam definindo em parte “o que” da realidade perceberemos.

A transmutação do ser e da cosmovisao dominante são imperativos essenciais para o anarquismo dar conta da realidade a qual visa estar construindo, não necessitando que suas revoluções sejam temporárias e o sucesso se estabeleça apenas em exercer “sua” vontade de potencia, mas que também não fique apenas no lado filantrópico representado por Eros. Justamente esta transmutação do ser que da a ele a possibilidade de estabelecer para si uma ética que possa estar mesmo em contra ponto a sociedade quando assim realmente o quiser, chegando a sua própria Vontade, ou seu próprio ser, que jaz no seu mais intimo e profundo inconsciente.

Era exatamente este o ponto união de opostos (conjuctio oppositorum) ao qual eu gostaria de chegar, se por um lado, o anarquismo histórico sofreu criticas por seu altruísmo por Nietzsche e manteve-se com um altruísmo similar ao cristão, por outro o anarquismo ontológico corre o perigo de perder o próprio amor e ser dominado pela necessidade de poder, desligando-se de qualquer pretensão de melhoria social, e ignorando a realidade coletiva na qual esta inserido, perpetuando um individualismo que pouco produz.

Precisamos então unir ao anarquismo clássico o poder e a imaginação e ao anarquismo ontológico a necessidade da coletividade, do altruísmo e da modificação social e econômica. Juntando a racionalidade a irracionalidade termos a chance de não ignorar o inconsciente coletivo tal como, também não ignoraremos a realidade da physis que se mostra e se desvela (aletheia) no cotidiano. Necessário é, portanto, viver o anarquismo no cotidiano, se mutando, procurando nossa própria singularidade (self) e também se organizando para manter a lógica e a estratégia para que possamos ter bons resultados intersubjetivos de modificação do cotidiano, começando obviamente por nos mesmos.




¹ - http://pub14.bravenet.com/faq/show.php?usernum=1175349607&catid=4851#q9 (aqui encontra-se também uma luz sobre o conceito de superposição coerente.

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