domingo, janeiro 30, 2005

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Divagar é bom, ja me disseram isto muito sinceramente, devo salientar, mas não nego em responder que este dito bom é uma reminiscência de pior espécime, principalmente para nós, estóicos. A dor é um imperativo que sucede temporariamente (mesmo que o tempo possa ser eterno em cada fração) o resultado desse modu estrictu pensare provindo em uma análise superficial do decadant Santo Augustinho, meu querido.

É no divagar sincero, ou seja, quando ultrapassamos nosso ego, que encontramos nossos monstros, ou nossos Deuses, como preferirem. Descobrimos então a cálida dor, a pedra filosofal, elemento essencialmente detestável, amável, em suma, simbólico, diria mesmo que esse tenaz monstro é a cara e o focinho, - se me permitem a referência- da própria e sensacional Vida.

A Vida, que bela é em sua ambigüidade divina, está que a todo dia renegamos com nossa cientificidade calhorda, tentamos a todo modo desprezar e cuspir em sua natureza Dionísiaca, resaltando a certeza ilusória de Apolo. Hail Apolíneo! – a única verdade - ?

Rir, esse é o remédio contra e afavor da estupidez, não dos outros, é evidente, mas de nos próprios que tentamos de tudo para nós fazermos de superiores, inferiores ou mesmo medianos e iguais. Zaroistras, Caoticistas, Direitistas, Esquerdistas, Anarquistas! Certos ou Errados? Reconheço em meu momento de catarse estar muito além e muito aquém de qualquer desses postulados.

Enquanto procurarmos seguir a risca ideais e postulados, morais e vibrações coletivas estaremos sempre – arrisco-me a dizer esta palavra – fugindo de nós mesmos, enquanto seguirmos a unilateralidade do bem ou do mal, do certo ou do errado, do justo e do injusto seremos escravos da ilusão, pois ao vermos apenas a figura, esquecemos do que está a seu fundo, não tão visível a nossa percepção.

Integrar, Amalgamar, Unir, Aceitar, Enfrentar, Subjulgar o que tenho em mim e em meu para-pessoal, ser ativo e passivo em relação a vida, é o que será por mim feito, pelo menos, por equanto.

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