quarta-feira, abril 20, 2005

BOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!! Gritos! Histeria! Pessoas corriam pra todos os lados, desesperadas! Um sonho destruído, a imagem da angustia, todo prédio de 122 andares vindo abaixo dessa maneira arbitraria. Sim! Aquela cena causava frenesi até mesmo no mais ávido e anti governamental revolucionário .

Pessoas com sangue entre os rostos perguntavam-se mentalmente, quem teria sido o monstro por trás de toda aquela loucura, toda aquela insanidade! Sobre o chão que misturava tripas, pernas, cabeças e muito, muito sangue, estavam os escombros do caos, divididos em três fileiras.
A primeira fileira era constituída de objetos, sofás, computadores destruídos, dinheiro queimado, sonhos rasgados. A Segunda era composta de corpos, pernas, cérebros divididos, almas separadas, imagens perdidas, corpos definhando, algumas pessoas ainda semi vivas pedindo por ajuda. E finalmente a terceira era formada de festa, os sobreviventes eram recebidos calorosamente por seus parentes, era uma alegria inigualável, sorrisos, abraços, tesão.

Em meio a policiais, civis, prefeitos e todas essas coisas pomposas estava o autor de crime, calado, habitualmente com seu jeito observador, começou a andar pelas três partes dos escombros então e a interagir com elas. Dançou valsa em meio aos corpos, sozinho mas como estivesse acompanhado... Riu em voz alta! Psicótico? Talvez. Produto das circunstancias? Pouco provável.

Eu trago a luz a meu prédio, agora fragmentado como o mundo, a mente é o mundo e o mundo agora a mente. Ai está irmãos, a luz! Trouxe-vos a luz, agradeçam me e rendam-se a arte! Repetia compulsivamente, rendam-se a arte, rendam-se a arte, rendam-se a arte....hahahahaha gargalhava de maneira iconoclasta, quebrando a si próprio, como ultrapassando a barreira do possível, quebrou-se mais, e mais!!!

A esta hora, de sol e choro, um cidadão revoltou-se com nosso herói, e disse-lhe muito baixo em seu ouvido, "você está perdido!", disse enquanto chorava até quase alagar seu rosto de sonhos perdidos.. O autor do crime respondeu-o tranqüilamente, com a postura de um Rei, obviamente tudo estava sobre controle:

- Meu irmão, veja bem, não quero eu aqui agir de modo a destroçar ainda mais a vida de quem não vive, ja salvei vidas o bastante hoje, deixe-me ir as estrelas, pois la encontrarei aquele que chora hidrogênio.

No meio do vácuo deixado na cidade, uma formiga que andava sobriamente por entre os escombros pensava:

-Mais que imperativo que nos assombra, que transforma-nos a vida, mas será necessário tanta desordem para dar-nos a luz? Será necessária tanta dor pra crescer a flor, pra brotar o amor e crescer como cresce um solitário? Algures procuro paz, mas não sei se esta é uma procura justa ou apenas um desejo infantil e estranho a toda necessidade de superação, esta cena apenas aventa meu lado sombreado, que parece procurava sair para não me matar por dentro.

Escutando as palavras da formiga, um pássaro que passava remete-lhe um pio, e lhe da uma picada que lhe corta ao meio, o pássaro finalmente havia mostrado de forma trágica a formiga a necessidade de perceber que esta não era nunca apenas uma formiga...

Da formiga aparentemente morta, nascem 2 formigas, uma voadora e uma rastejeira, estavam tão separadas agora que funcionavam de maneira simbiótica...

O destruidor do prédio após ser-lhe dada ordem de prisão finalmente se mata e afirma:
- O prédio está em chamas!

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