segunda-feira, maio 29, 2006
Sexdução generalizada
Escuto sua respiração, lentamente, que se mistura aos seus gemidos como notas harmônicas. Olho os seus olhos brilharem como um sol interior, radiantes. Coloco lentamente meu pênis em sua vagina lubrificada pelo desejo. O vento ressoa na janela de nosso prédio de oito andares. “Meu bem, isso é maravilhoso” penso com meu coração. Telhados enormes cobrem nosso prédio, como uma antiga casa suíça, mas sem a neutralidade padrão. É demasiadamente proposital, demasiadamente intencional. Tambores rugem de antigos totens pós-modernos pendurados nas paredes, que se misturam naquele cenário polimorfo com computadores, pichações e livros desorganizados. O ritual se passa agora, neste eterno agora, neste antro da sedução, do prazer e do amor.
Um passaro passa pela janela e reluz sobre a beleza daquele momento singular. Já não há mais como saber se são as couraças que vão sendo des-feitas, as qlippoths eliminadas, ou se, de fato, elas nunca existiram. Livres, a chuva jorra. A liberdade, em seu vôo, observa a prisão hedonista, enquanto a liberdade hedonista observa a prisão voadora. Tudo se entrelaça em movimento ondulatórios, o sagrado e o profano, o divino e o diabólico.
Fogos de artifício anunciam a chegada de drogas no morro, que trarão êxtase e vicio aos seus usuários, mas, no quarto, naquele momento, onde lambo aqueles seios protuberantes e mordo voluptuosamente aquela pele macia, já não ha demarcação entre o livre arbítrio e o vicio, entre a vontade e o desejo, entre a liberdade e a necessidade, entre o infinito e o finito. Tudo se mistura por raios invisíveis de libido orgonotica em um manto cosmológico que cobre cada ser. Cada orgasmo gerado produz uma sociedade livre. Cada momento bem realizado produz liberdade. A razão perde a guerra, o prazer triunfa, ao menos, naquele momento, onde todas as leis e grilhões são quebrados, o amor prospera, a semente germina, a mutação se traduz em alegria. Dionísio beija Apolo, Afrodite fica maravilhada, Isis da luz para as estrelas brilharem, os quatro deitam na cama e dormem, enquanto Hermes traz do céu uma coroa.
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