quarta-feira, maio 10, 2006
Sociedade, Grupos e Movimentos Sociais.
1 – A classe média e classe usurpadora em suas relações sociais.
Mediante a grande atuação dos movimentos sociais na atualidade e, não menos presente, a atuação de grupos ideologicamente determinados nestes, surgiu à idéia de fazer um texto abordando alguns aspectos psicológicos e sociais presentes nestas relações. Antes, acredito ser interessante falar um pouco sobre as opiniões contemporâneas da classe média (que seria um erro, hoje, chamar de “pequena-burguesia”), e da classe rica (ou classe usurpadora), sobre os movimentos sociais para termos alguns insights sobre as visões e relações “gerais” da sociedade.
É interessante ver como se confundem nas opiniões, da classe média, as ilusões do virtual em detrimento do concreto. Vemos comumente, na classe média, difundida a idéia de mobilidade de classes, onde o jogo de acumulação do capital se associa à idéia da potencialidade do indivíduo de “vencer na vida”, como ter propriedades dependesse do quão apto, potente e evoluído é o indivíduo. A idéia espetacular do summum bonum (sumo bem) que é fantasiada pela burocracia (governo do escritório), através da mídia de massa, é a idéia de que o “bom” é alcançado através da ascensão monetária, onde a acumulação de capital passa a ser imperativo de um modo de vida feliz e fantástico. O indivíduo que consegue ascender socialmente é bom e poderoso. O jogo de valores foi invertido. Ao invés das pessoas criarem os valores, eles são definidos pela sua acumulação de capital. Devíamos ser nós a falar: “o dinheiro é bom ou o dinheiro é mal porque, através dele, acontece/faço X ou Y” e assim definir a qualidade do objeto, mas, ao contrário, o dinheiro nos define: “Fulano é bom porque possui dinheiro”, “Fulano é potente porque possui uma Ferrari”.
A propaganda, seja através de signos, seja através de imagens, passa de maneira subliminar e inconsciente(1) os valores que a população deve se submeter. Cria também, com efeito, a falsa idéia de mobilidade social relacionando à potencialidade do indivíduo, eliminando assim as influências sociais e políticas da miséria, ignora dessa forma que a formação de classes(2) é resultado, dentre outros, da política capitalista.
Guy Debord fala-nos um pouco sobre essa situação:
“A separação é o alfa e o ómega do espetáculo. A institucionalização da divisão social do trabalho, a formação de classes, tinha construído uma primeira contemplação sagrada, a ordem mítica em que todo o poder se envolve desde a origem. O sagrado justificou a ordenação cósmica e ontológica que correspondia aos interesses dos Senhores, ele explicou e embelezou o que a sociedade não podia fazer. Todo poder separado foi pois espetacular, mas a adesão de todos a uma tal imagem imóvel não significava senão o reconhecimento comum de um prolongamento imaginário para a pobreza da actividade social real, ainda largamente ressentida como uma condição unitária. O espetáculo moderno exprime, pelo contrário, o que a sociedade pode fazer, mas nesta expressão o permitido opõe-se absolutamente ao possível. O espetáculo é a conservação da inconsciência na modificação prática das condições de existência.” (Debord, 1997, n 25).
Debord mostra que, na contemporaneidade, não foi desfeita a idéia de in-mobilidade das condições de existência. De fato, foram apenas passadas as idéias de “mobilidade social” e “liberdade econômica”. A classe média, portanto, em sua maioria, continua a não compreender diversos movimentos sociais “mais radicais” (ou mais combativos), pois não entende o que seria uma modificação econômica, organizacional e psíquica numa sociedade. Para ela a sociedade “é como é”, ou seja, esta estratificada para sempre no capitalismo, de tal modo que, parece coisa extremamente absurda cogitar um novo modo de organização, um novo modo de vida. Para a classe média e classe rica, analisando de forma genérica, o “il faut savoir-vivre” (é preciso saber viver) é “sempre” o “saber-viver” dentro do sistema capitalista, é uma adaptação a neurose social contemporânea. E, indo além, é o “passar por cima dos outros” para ascender socialmente no jogo “darwinista social” criado pelo pensador Spencer e consagrado por Stirner. É a competição de todos contra todos. A classe média acredita piamente que se todos os miseráveis (inclua-se movimentos sociais dos trabalhadores) trabalhassem e estudassem eles teriam condições de ter um “bom emprego” e uma “boa família” (leia-se emprego e família capitalista).
Ignoramos hoje a condição humana, pois “Como diz Alvenga, a característica do homem é sua mudança” (Melo, 2002). É o absurdo contemporâneo.
2 – Os Movimentos Sociais.
A) Grupos x Massa x Pessoa.
Abriremos este tópico com uma distinção muito básica de “grupo”, “massa” e “multidão” para após analisarmos os termos e tentarmos definir, dentro dos limites, bons modos de atuação para movimentos sociais, sejam eles ideologicamente determinados ou sem uma ideologia clara. Para a definição buscamos Franz, que define: “(1) grupo, i.e., um conjunto de pessoas que estão relacionadas entre si intelectualmente ou no nível de sentimento e em que cada uma desempenha determinado papel; (2) multidão, i.e., um ajuntamento aleatório de pessoas; e (3) massa, i.e., uma grande multidão emocional e instintivamente unida que, de modo geral, segue um líder”. (Franz, 1999).
Antigamente, segundo Franz, o grupo ordenado e a massa caótica apresentavam contrastes mais nítidos do que na contemporaneidade, contudo, “tendiam a tombar um sobre o outro com mais facilidade; os grupos primitivos facilmente se descontrolavam, assim como os grupos de jovens ou de pessoas mentalmente instáveis, mas, enquanto fenômenos, eles são mais rígidos em um nível primitivo (tabus!), e os fenômenos caóticos de massa tendem a ser mais turbulentos e histéricos” (ibid). Dessa forma, os grupos tendiam a ter regras preto-e-branco, ou seja, não relativizadas e, como diz Franz, quanto “mais efetivamente civilizado se torna o homem, mais flexíveis se tornam suas regras sociais de comportamento (...)” (ibid). Lembremos ainda que para Proudhon a pluralidade era a base da liberdade, segundo Trindade, grande estudioso em Proudhon: “A teoria da liberdade como força de composição é o ponto de partida e conseqüência do justicialismo ideo-realista. A liberdade é tornada possível pelo jogo de pluralidade das forças antagônicas do universo físico, social e pessoa; (...) ela é eficaz pela multiplicação das relações sociais, e engrenagem de todas as liberdade”. (Trindade, 2001), e prossegue “Só a liberdade eficiente, que implica a moral e a educação, é a liberdade total” (ibid).
Os grupos, portanto, apresentam maior organização, metas melhores construídas, objetivo mais bem delimitado, contudo, quando se extremam, radicalizam, tendem a gerar fanatismos ideológicos, como os fanatismos religiosos antigos. Já do outro lado, a massa tende a ignorar as ideologias, ignora, em grande parte, os indivíduos que participam dela, pois seu objetivo é sempre mais imediato, menor organizado e, se ela se radicaliza, pode produzir conteúdos emocionais compulsivos e explosivos, sendo direcionados para o bem ou para o mal.
Acreditamos que o melhor seria um equilíbrio entre a massa e o grupo, pois grupos muito burocráticos e rígidos podem inibir a singularidade de seus indivíduos, tal como, massas pouco estruturadas podem levar ao vazio, ou seja, a improdutividade. Certo é que a experiência de grupos, de pessoas unidas, gera um aumento da força e da potencia, possibilitando a chegada em um objetivo. Como diria Raul Seixas: “Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”.
A pessoa deve poder estar na tensão dialética entre o seu “próprio”, sua singularidade, e a moral-teoria grupal, coletiva, seus valores. O grupo então deve sempre ter o cuidado para não podar os indivíduos e suas singularidades, ao mesmo tempo em que não deve permitir um jogo de tiranos, de todos contra todos, como o Einzige (único) que propôs Max Stirner e sua exaltação do egoísta. Um grupo é sempre uma relação e as pessoas devem aprender a con-viver e se inter-relacionar, pois estão em contato com outras pessoas e numa troca constante.
Necessário é, numa dada situação, que mesmo um grupo organizado releve algumas de suas próprias regras para dar a espontaneidade uma oportunidade, como em determinados momentos “a flor da pele” esta espontaneidade é necessária, não perdendo, contudo, seu próprio objetivo, sua teleologia. A massa caótica, no entanto, também deve ser contida por regras, mesmo que mínimas – quando a autonomia dos indivíduos do grupo permitir – para não cair num mero “destruir por destruir” ou “fazer por fazer”, sem uma perspectiva de construção ou criação de alternativas.
O zoólogo Adolf Portmann “salientou que entre grupos de animais mudanças criativas de padrões de comportamento só podem ser iniciadas por indivíduos. Por exemplo, um pássaro individual de um bando de pássaros migratórios decide permanecer no mesmo lugar durante o inverno. Se morre, nada mais resulta; mas se sobrevive, outros pássaros poderão ficar com ele no inverno seguinte, e assim, lentamente, todo o grupo algumas vezes muda os hábitos”. (Franz, 1999).
Não queremos aqui ignorar as mudanças que ocorrem simultaneamente em um grupo, região, ou mesmo no mundo – ou quando elas, apesar de terem sido originadas numa constelação psíquica de apenas um indivíduo se proliferam antes de, de fato, terem chegado a serem conduzidas conscientemente -. Acreditamos nessa possibilidade bem colocada pelo também biólogo Rupert Sheldrake em sua teoria dos campos morfogenéticos e pelo psicólogo Carl Gustav Jung em sua teoria do inconsciente coletivo. O que não queremos ignorar é a possibilidade de criação individual e a singularidade dos indivíduos que não podem ser rompidas e engolfadas pelo processo grupal.
Na psicologia de Jung chamamos o processo de singularização de “processo de individuação”. Esse processo não pode ser abandonado, pois sem ele inevitavelmente cairemos sobre o domínio de autoridades, tiranos, fundamentalismos, etc., pois não temos, sem esse processo, autoridade o suficiente, em nos mesmos, para confrontarmos-nos com o poder. Com efeito: “A individuação é, em ultima analise, incompatível com quaisquer exigências de um poder coletivo, ainda que este esteja dissimulado através da atitude de um líder de grupo bem intencionado (...) pois somente o Si-mesmo é capaz de nos conferir uma autoridade natural que não foi solicitada pelo ego” (ibid). O processo de individuação é um processo que nos leva a nosso modo mais próprio de ser.
Para a meta de integrar o grupo, as massas espontâneas, caóticas e o indivíduo, construímos o texto: “convergência anarquista” uma união entre o anarquismo histórico organizado e a espontaneidade e a volição do chamado anarquismo ontológico. Claro que isso é apenas uma pequena introdução capenga a essa tentativa que pode ser mais bem organizada no passar da história.
B) Lideranças
As lideranças, na maioria dos casos, prestam um desserviço aos grupos e as sociedades, pois através da representação concêntrica ignoram a autonomia dos cidadãos e criam a resignação. Fica evidente que as pessoas que pertencem a movimentos onde as autoridades se institucionalizam tendem a projetar (falaremos a posteriori sobre a projeção) na autoridade (líder) todas as suas responsabilidades e toda sua potencia nessas figuras. A liderança, em geral, cria uma hierarquia que evita o crescimento e o amadurecimento da população, de um grupo, ou de um movimento social.
Claro que não podemos ignorar as diferenças entre os tipos de liderança ou autoridade. Mas aqui é um campo dinamitado; perigoso pisar e explodir. A autoridade pode ser uma autoridade naturalmente instituída e não formalizada como, por exemplo, uma pessoa que sabe muito uma determinada teoria e uma outra pessoa, por apreciá-la, imputa-lhe esse status. Outro exemplo seria uma pessoa carismática que atrai as pessoas ao seu redor como Gandhi. Existem também as autoridades institucionalizadas que podem ser ou não autoritárias, ou seja, que utilizem sua autoridade para coagir, reprimir, manipular, comandar, etc. As autoridades institucionalizadas tornam-se, muitas vezes, grandes problemas para os grupos, pois resultam, muitas vezes, em autoritarismos. Quando essa atitude paternalista dos lideres não está presente não há necessidade de um líder institucionalizado. O líder é a negação da liderança dos indivíduos. Ele impede o movimento autônomo dos agrupados, pois evita que eles tomem decisões, como acontece no processo da democracia representativa. O melhor seria, acreditamos, que qualquer tipo de autoridade fosse se desfazendo com o tempo para dar lugar a autonomia dos indivíduos e da coletividade, todavia, não é absurdo que existam pessoas mais admiradas, respeitadas e valoradas do que outras, tal como, não é absurdo dizer que essas pessoas exercem certa autoridade sobre seus companheiros.
Ainda existe, entre outros, um grande perigo no processo de liderança. A organização que trabalha de forma hierárquica ou com lideranças informais permanentes só atrai indivíduos fracos e inseguros, incapazes de tomar decisões e incapazes de criação; são aqueles indivíduos que devem seguir toda cartilha de alguma teoria já pronta. Em um grupo, o líder do grupo muitas vezes é quem se identifica com o “espírito do grupo” e isso acaba por tornar-se problemático. Identificado como espírito do grupo o indivíduo reforça apenas opiniões simétricas as suas e tenta “coletivizar” o pensamento do grupo, no sentido de reificar todos ao mesmo pensamento. Nesta tentativa de coletivizar as opiniões, cortando as individualidades e diferenças, a singularidade se degenera em egoísmo contido, reprimido, pois surge uma necessidade latente de opiniões próprias.
Evidente que é necessário opiniões comuns e objetivos claros, mas, não é interessante a formação de robôs ideologicamente controlados por contingências externas. Acreditamos que o melhor processo grupal se de na maneira horizontal, não só com votos iguais a todos, mas também estimulando, a todo momento, a autonomia dos indivíduos e não apenas do grupo. O grupo não pode estraçalhar o indivíduo, tal como, o indivíduo também não pode passar por cima do grupo. Novamente estamos num ponto dialético e tenso, pois uma relativa permissividade deve ser possível, ao mesmo tempo em que contradições absurdas devem ser podadas, como, por exemplo, um indivíduo que seja a favor da pena de morte entrar para um grupo de pacifistas, um autoritário ou capitalista entrar num grupo anarquista.
C) Projeções nos processos grupais.
O termo projeção é usado de mais de uma maneira, portanto, definamo-nos o que queremos dizer quando dizermos “projeção”. Segundo Franz: “A psicologia profunda de Sigmund Freud e a de C. G. Jung têm em comum o uso da expressão projeção, mas cada um deles a utiliza com significado diferente. Na visão de Freud, a projeção ocorre quando uma pessoa neurótica se livra de um conteúdo emocional, deslocando-o para outra coisa como o objeto de intenção (...) (ibid). Na visão de Jung, contudo, esta é apenas uma entre muitas possibilidades. De acordo com ele, todos os conteúdos psíquicos dos quais ainda não temos consciência aparecem de uma forma projetada como supostas propriedades de objetos externos. A projeção, a partir desse ponto de vista, é um deslocamento que ocorre de uma maneira não intencional e inconsciente, ou seja, sem ser percebido, de um conteúdo subjetivo para um objeto externo”. A projeção leva, pois, a um relacionamento irreal. Para Jung, em suas palavras, projeção significa: “transferir para o objeto um processo subjetivo. (É o oposto de introjeção v.). A projeção é portanto um processo de dissimilação em que é tirado do sujeito um conteúdo subjetivo e incorporado de certa forma ao objeto. Pela projeção, o sujeito se livra de conteúdos penosos e incompatíveis, mas também de valores positivos que, por qualquer motivo, como, por exemplo, a auto-subestima, são inacessíveis a ele.(...)” (Jung, 1991).
O processo de projeção se da não apenas na relação entre duas pessoas, mas também em processos grupais e sociais. É muito constante vermos grupos se demonizando e se um terceiro observador, que nada sabe, observa-se a situação veria que nenhum deles tem razão, ou seja, ambos tem perspectivas irreais que alimentam mutuamente. Dessa forma, através de uma projeção, determinados grupos podem projetar suas sombras em outros grupos ao invés de lidar com elas, seja falando que o outro grupo é autoritário, demagogo, reformista, antiético, pequeno burguês, desorganizado, burocrático, etc.
Quando falamos de sombra queremos dizer: “O termo ‘sombra’, como conceito psicológico, refere-se ao lado obscuro, ameaçador e indesejado da nossa personalidade. Nossa tendência, no desenvolvimento de uma personalidade consciente, é buscarmos incorporar uma imagem daquilo que gostaríamos de ser. As qualidades que pertenceriam a essa personalidade consciente, mas que não estão de acordo com a pessoa que queremos ser, são rejeitadas e vêm a constituir a sombra” (Sanford, 1988). Um exemplo de sombra não integrada é a história “o médico e o monstro” de Stevenson.
As projeções podem, portanto, ser projetadas de maneira coletiva num determinado grupo rival, por exemplo, no jogo cíclico entre punks e skinheads, entre partidos políticos, na relação da população alemã no nazismo nos judeus, negros, homossexuais, etc. E também podem ser projetadas de maneira individual, como um indivíduo com medo de um aspecto seu, como seu “autoritarismo” começa a projetar em indivíduos e grupos aquele elemento, emocionalmente carregado, que ele não consegue lidar em si mesmo. Cegamo-nos com a faca amaldiçoada de Édipo para não vermos a nossa lastimosa face no espelho.
1 – Quando falamos de inconsciente aqui referimo-nos ao inconsciente pessoal, descrito por Carl Gustav Jung (1875-1961).
2 - Seria interessante ainda um estudo sobre até que ponto essa palavra ainda possui validade e de que modo ela pode ser definida. Se de maneira simplista, como bloco de pessoas com uma determinada renda; como pessoas que fazem parte de grupos antagônicos dentro da sociedade que, em sua luta, movimentam a história; como bloco psíquico e econômico razoavelmente homogêneo, etc.
Bibliografia
1 – Debord, G., A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
2 – Franz, Marie-Louise Von. Psicoterapia. São Paulo: Paulus, 1999 – (Amor e psique)
3 – Melo, Elizabeth C. Mergulhando num mar sem fundo. Rio de Janeiro. 2002.
4 – Jung, Carl Gustav, Tipos Psicológicos. Petrópolis: Editora Vozes Ltda. 1991.
5 – Sanford, John A., 3ª edição. Mal o lado sombrio da realidade; (tradução Sílvio José Pilon, João Silvério Trevisan; Revisão Ivo Storniolo). – São Paulo: Paulus, 1988.
6 – Trindade, Francisco. O Essencial Proudhon. São Paulo: Imaginário, Nu-Sol, Soma. 2001.
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