segunda-feira, junho 05, 2006

Sobre o 1o Ato do Comite Pró Voto Nulo.



Saímos todos as ruas, neste 3 de junho, para mostrar as caras a população. As 10 da manhã lá estávamos, na praça Saens Pena, zona norte do Rio de Janeiro, com cartazes, faixas, megafone, panfletos, corpos e almas. Já no caminho a praça Saens Pena ouvimos a voz popular se manifestar da boca de uma senhora: “É isso mesmo! Vamos votar nulo! Nenhum deles presta!”. Não. Não precisávamos de muito esforço, parecia que já estava no ar tudo aquilo que almejávamos falar.

Ao chegar a praça Saens Pena, de fato, vimos que aquele prelúdio do ato demonstrara-o em sua totalidade. A população, em grande peso, saudou-nos. Estava clara a desilusão da população na política partidária, estava clara a insatisfação com a roubalheira obsessiva da classe política – ou, dever-se-ia dizer, classe parasita? -. Distribuímos panfletos, marcamos um ponto para colocar nossos murais, de aproximadamente 1,5 metro cada, onde ficavam sempre algumas pessoas para conversar diretamente com a população, enquanto esta, poderia ver através das várias reportagens coladas no mural, a degeneração que se tornou, ou melhor, sempre foi, a política brasileira.

Todo o tempo o clima manteve-se excelente. Fomos calorosamente recebidos e raras foram as vezes que ouvimos pessoas defenderem os políticos. O ato mostrou-nos, com efeito, que a confiança deve ser retomada. Existe uma luz no fim do túnel! A população, aos poucos, parece sair de sua passividade e dizer: “Não. Já basta!”. Esperamos, e lutamos com afinco para isso, que esta “Basta!” seja muito mais do que mero protesto. Que este “Basta!” que todo gritamos a céu aberto, seja por uma política além do voto, que seja por um novo modelo de organização, por uma vida mais justa, humana e digna para todos os seres humanos.

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