quarta-feira, junho 28, 2006

Madrugadas


É madrugada no Rio de Janeiro, por volta das 2:30 da manhã, o relógio da esquina de uma das ruas desertas do centro do Rj marca 17 graus centígrados. Prédios comerciais com as luzes apagadas, ruas calmas, com alguns mendigos aqui ou lá dormindo pelas calçadas, só se escuta o barulho do vento.

Num hospital psiquiátrico, localizado numa esquina, tudo se parece como todo resto do centro, luzes apagadas, o silencio domina a noite, se não fosse a exceção de um jovem andando por aqueles corredores. As luzes piscam, sobre o clima cinzento. Das sombras aparece um vulto. O jovem olha sobre as fumaças de sua percepção e vê surgir uma mulher linda, com cabelos negros como a noite, compridos, 1,70 de altura aproximadamente, perto dos 23 anos, seios médios, magra, mas para o jovem, apesar dele ter reparado muito bem tais atributos, aquilo não era o essencial naquele momento, o fato era: ela corria como uma louca atrás dele com uma faca!

A perseguição se iniciara perto ainda da entrada, onde havia uma escada de cerca de 17 degraus, o lugar escuro possibilitava que a qualquer momento o jovem esbarrasse numa das quinquilharias largadas pelo chão e caísse condenando-se ao esfaqueamento. Ele olha pra trás, suando, e vê a mulher ainda seguindo-o, frenética. Os olhos dela brilhavam, como o olho de um animal, havia algo de lindo e algo de terrível.

A perseguição chega a um local onde o jovem vê finalmente uma luz. Uma sala de computadores, com uma luz 60 watts acessa, ao canto da sala, deixando uma fraca iluminação sobre aquele antro de escuridão e caos. Ele observa bem, procura fazer uma ressonância do local; uma alma viva, reza por uma alma viva para lhe ajudar. Não vê ninguém.

O jovem olha para trás e parece que seu destino já estava traçado, desde eternidades indecifráveis. A sua esquerda a sala de computação, a sua direita uma parede, as suas costas uma escada com cerca de 17 degraus e a sua frente à linda jovem com uma faca na mão e um olhar de gato. Ele vai à direção dela. Ele a beija. Ela segura sua mão e ambos descem a escada, de 17 degraus, abrem a porta e saem para a rua.

Um olhar entre-penetrante. Olham o relógio frio da madrugada estranha: 3:20, avisa ele. Soltam leves sorrisos um para o outro. Um carro aparece. Eram os amigos dela. Ela sobe no carro. Ele vai embora.

No fundo o jovem sabia, que ela com ele, se parecia.

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