sexta-feira, março 24, 2006




Desenhos e Ideologias.

Escolhido: Turma do Bairro;
Analise do desenho + capitulo do Robin Hood.

A priori, comecemos observando as bizarridades desse desenho. Seus personagens não possuem nome próprio, uma resultante da perca de identidade, o desenho nos parece um campo de produção em serie, aos moldes tayloristas onde os personagens se chamam: 1, 2, 3, 4 e 5. O desenho passa uma luta entre as crianças e os adultos e, supõe posicionar-se ao lado das crianças, contudo, o que se vê é justamente o oposto. As crianças no desenho não passam de uma serie de adultos, da pior espécie, tenha-se dito.

Possuem um modelo de organização para enfrentar os adultos que nos lembra a teoria de Weber da burocracia. Burocracia essa, que nos faz lembrar as origens etimológicas da palavra, no francês a palavra alcança mais perto o significado originário: bureau que significa escritório é justamente o nosso buro e cracia vem de cratos que significa governo, ou seja, burocracia é o governo do escritório. De fato, é o que acontece no desenho, um governo do escritório pseudo infantil que luta contra o mal de outras crianças e dos adultos.

O desenho possui um líder, obviamente, o numero 1, que se destaca por sua qualidades grosseiras de lideranças respaldado pelas debilidades dos outros números que servem-no de seus apoios. A máxima que se passa é “um bom líder precisa de bons companheiros, todos são importantes”, essa falácia é que crê poder moldar nossas crianças com valores extremamente verticais, pois quem mais vale é quem toma as decisões.

Caminhando em direção a um capitulo do desenho propriamente dito só temos a piorar ainda mais a possível analise da desgraça. O capitulo assistido se passa com o adulto e inimigo Robin Hood que tem uma imagem terrível e lidera seu bando de crápulas que roubam a comida do numero 1 e sua namorada e ainda sacaneiam a namorado do numero 1. Ainda teríamos a chance de crer que o desenho poderia melhorar e mostrar que Robin Hood roubava para os pobres, mas é esse o caso em um desenho altamente autoritário? Obviamente que não. Robin Hood, o defensor dos pobres, se torna no desenho em um ladrão e crápula que seria um mestre de cozinha de um asilo de idosos que estão totalmente insatisfeitos com ele, pois Robin levaria para eles comida de criança (sorvete, batatas fritas, sanduíches, etc.) enquanto os idosos almejavam comer comidas que não lhes fizessem mal como fígado, etc.

Bem, minha analise termina por aqui, agora façam as suas analises sobre essa imagem que o desenho passa de Robin Hood que é no mínimo tendenciosa. Qual sua intenção? Essa é uma pergunta que fica, apesar das respostas parecerem obvias.

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